CICLO
Foco no Arquivo


As duas sessões “Foco no Arquivo” de setembro continuam com projetos ligados à investigação. A primeira retoma o da “Coleção Colonial da Cinemateca: campo, contracampo, fora de campo”, com o qual a Cinemateca pretende criar uma plataforma de investigação e discussão continuada sobre a sua coleção colonial, sendo o filme deste mês apresentada por Catarina Simão, investigadora e artista que trabalha há vários anos sobre os arquivos moçambicanos.
A sessão “O Trabalho no Ecrã” continua a ser organizada em colaboração com a equipa de investigação do projeto WORKS, desenvolvido pelo CIES-IUL em parceria com o CRIA e o CECL-UNL e o financiamento da FCT. Com incidência sobre a imagem do trabalho no cinema, o projeto é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora), Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso e João Rosas. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui já o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX.

 
09/09/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Mueda - Memória e Massacre
de Ruy Guerra
Moçambique, 1979 - 80 min
 
16/09/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Pensar no Futuro | O Perigo Não Dorme | O Homem e a Máquina | Nocturno | Crónica do Esforço Perdido
08/10/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

LÚCIA E CONCEIÇÃO | DIGA-ME, O QUE É A CIÊNCIA? – II | 1º DE MAIO 1982 – DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES
duração total da projeção: 68 min | M/12
09/09/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Mueda - Memória e Massacre
de Ruy Guerra
com Filipe Gunoguacala, Romão Canapoquele, Baltasar Nchilema, Maurício Machimbuco
Moçambique, 1979 - 80 min
legendado em português | M/12
Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo | sessão apresentada por Catarina Simão

Tendo participado ativamente na fundação do Instituto Nacional de Cinema de Moçambique, com MUEDA, MEMÓRIA E MASSACRE Ruy Guerra realiza a primeira longa-metragem produzida no país após a independência. Filmando a reconstituição teatral do massacre cometido pelas forças coloniais portuguesas na localidade de Mueda a 16 de junho de 1960, quando soldados portugueses abriram fogo sobre uma manifestação popular, Ruy Guerra misturou os registos ficcional (a representação dos acontecimentos) e documental (os depoimentos das suas testemunhas) num misto de improvisação e de cinema vérité. O modo original como o filme trabalha a peça e os depoimentos que a acompanham para evocar um acontecimento traumático que constituiu um dos marcos históricos da luta anticolonial do país, faz com que se apresente como uma obra fundamental no contexto de um cinema moçambicano.

16/09/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Pensar no Futuro | O Perigo Não Dorme | O Homem e a Máquina | Nocturno | Crónica do Esforço Perdido
duração total da projeção: 63 min | M/12
Projeto Works | O Trabalho no Ecrã | Sessão acompanhada pela equipa de investigação responsável pelo projeto WORKS seguida de debate com Nuno Domingos

PENSAR NO FUTURO
de João Mendes
Portugal, 1953 – 14 min
O PERIGO NÃO DORME
de Fernando Garcia
Portugal, 1960 – 11 min
O HOMEM E A MÁQUINA
de Francisco de Castro, Manuel Moutinho Múrias
Portugal, 1961 – 10 min
NOCTURNO
de Jacinto Ramos
Portugal, 1962 – 12 min
CRÓNICA DO ESFORÇO PERDIDO
de António de Macedo
Portugal, 1967 – 16 min

Composto por cinco títulos de curta-metragem dos anos cinquenta e sessenta da coleção da Cinemateca, o alinhamento da sessão foi concebido a partir da ideia de uma visão institucional do trabalho. Produção da Campanha Nacional de Educação de Adultos, PENSAR NO FUTURO retrata o encontro de dois operários metalúrgicos, sublinhando o papel desempenhado pela Previdência Social. Produzidos pela Junta de Ação Social, O PERIGO NÃO DORME e O HOMEM E A MÁQUINA (um título da série “Campanha Nacional de Acidentes de Trabalho”) centram-se na questão dos acidentes de trabalho. Essencialmente composto por imagens e música, NOCTURNO (uma produção do realizador) tem por motivo a siderurgia nacional. CRÓNICA DO ESFORÇO PERDIDO (produção Francisco de Castro) é um documentário promocional sobre a FNAT e, em particular, a ginástica de pausa, com texto dito por Maria do Céu Guerra e música de Carlos Paredes. A sessão é comentada por Nuno Domingos, investigador do ICS-IUL.

08/10/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
LÚCIA E CONCEIÇÃO | DIGA-ME, O QUE É A CIÊNCIA? – II | 1º DE MAIO 1982 – DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES
duração total da projeção: 68 min | M/12
Projeto Works | O Trabalho no Ecrã

sessão acompanhada pela equipa de investigação responsável pelo projeto WORKS

seguida de debate com Manuel Carvalho da Silva

LÚCIA E CONCEIÇÃO
de Cinequipa
Portugal, 1974 – 26 min
DIGA-ME, O QUE É A CIÊNCIA? – II
de Ana Hatherly
Portugal, 1976 – 15 min
1º DE MAIO 1982 – DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES
de Forum
Portugal, 1982 – 27 min

O trabalho e a palavra são o mote da sessão “Works” de outubro, cujo alinhamento reúne três títulos de meados dos anos setenta, início da década de oitenta, produzidos e realizados no contexto revolucionário português de 1974: LÚCIA E CONCEIÇÃO (realização não creditada de Fernando Matos Silva) aborda a vida de duas raparigas da aldeia da Maia, nos Açores, com imagens produzidas para a RTP (série “Ver e Pensar”) a partir de um lugar onde a televisão ainda não tinha chegado. Um documento fascinante sobre um Portugal onde ainda não tinha chegado a revolução pois, ao contrário de uma das jovens entrevistadas de outro filme que a Cinequipa fez para a televisão (APANHA DA AZEITONA), Lúcia e Conceição não leram Lenine e não defendem os ideais do PREC. Realizado por Ana Hatherly em 1976 em diálogo com DIGA-ME, O QUE É A CIÊNCIA? – I (que Hatherly designava “camponeses”), DIGA-ME, O QUE É A CIÊNCIA? – II (“operários”) é um precioso documento marcado pela simplicidade do seu método interrogativo e do modo como são questionados os protagonistas (pela própria realizadora, em off). Produzido e realizado coletivamente pelo Forum, 1º DE MAIO 1982 – DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES dá a ver as manifestações da data, em Lisboa e no Porto, incluindo imagens do funeral de dois jovens mortos no norte do país. Este último é apresentado em cópia nova, em primeira exibição na Cinemateca.