CICLO
Foco no Arquivo


Na rubrica regular de programação “Foco no Arquivo”, abril propõe a quarta sessão “O Trabalho no Ecrã”, e duas sessões subordinadas ao tema “Quando Foram os Anos Oitenta?”. A primeira das iniciativas é organizada em colaboração com a equipa de investigação do projeto WORKS, que está a ser desenvolvido pelo CIES-IUL, em parceria com o CRIA e o CECL-UNL e o financiamento da FCT. O projeto é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora), Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso e João Rosas. Como aqui se tem escrito, ao longo de 2015, a Cinemateca apresenta mensalmente uma sessão dedicada à investigação que, no âmbito deste projeto, com incidência sobre a imagem do trabalho no cinema. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui já o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX. “Numa época em que o trabalho sofre alterações rápidas e profundas, esta rubrica propõe-se suscitar uma reflexão sobre as várias formas de filmar o trabalho, pondo em diálogo uma variedade de géneros e registos cinematográficos”, escreve a equipa de investigadores.
As duas sessões “Quando Foram os Anos Oitenta?” são organizadas em colaboração com o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Este é o título de uma iniciativa mais abrangente que envolve uma conferência (a realizar no MUDE) e várias outras manifestações nas áreas da música, arquitetura ou arte contemporânea, a decorrer em Lisboa entre 10 e 21 de abril e em que se abordará “o lugar da cultura dos anos oitenta na história portuguesa”. Na Cinemateca mostraremos CRÓNICA DOS BONS MALANDROS e O LUGAR DO MORTO, dois filmes escolhidos no sentido de evocar a década através das suas imagens cinematográficas, mas também “a imagem das mulheres portuguesas no cinema dos anos 80”. As sessões contam com a presença do realizador de O LUGAR DO MORTO, António-Pedro Vasconcelos, de atores e outros participantes de ambos os filmes, e da equipa responsável pelo projeto “Quando Foram os Anos Oitenta?”
 

 
09/04/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

PROJETO WORKS | CURTAS-METRAGENS PORTUGUESAS
duração total da sessão: 64 min | M/12
 
20/04/2015, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

CRÓNICA DOS BONS MALANDROS
de Fernando Lopes
Portugal, 1984 - 82 min | M/12
21/04/2015, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

O LUGAR DO MORTO
de António-Pedro Vasconcelos
Portugal, 1984 - 122 min | M/12
09/04/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
PROJETO WORKS | CURTAS-METRAGENS PORTUGUESAS
duração total da sessão: 64 min | M/12
sessão apresentada por Fernando Esperança e acompanhada pela equipa de investigação responsável pelo projeto WORKS

CERÂMICA DE PORTUGAL
de Aníbal Contreiras
Portugal, 1932 – 24 min / mudo
SINFONIA DE CRISTAL
de Victor Raposo
Portugal, 1947 – 10 min
VIDROS DE PORTUGAL
de Mário Pires
Portugal, 1963 – 20 min
A EMBALAGEM DE VIDRO
de Faria de Almeida
Portugal, 1966 – 10 min

A sessão “WORKS” de abril é dedicada a um conjunto de quatro filmes, realizados entre os anos trinta e os sessenta, sobre a indústria do vidro e da cerâmica, contando com os comentários de Fernando Esperança, técnico e formador na área da indústria vidreira. CERÂMICA DE PORTUGAL (produção da Sociedade Nacional de Tipografia e do Século Cinematográfico) regista o processo de fabrico de loiça de porcelana na Electro Cerâmica de Vila Nova de Gaia, e apresenta-se como um “filme extraído do documentário de propaganda INDUSTRIAL CERÂMICA DE PORCELANA realizado por Aníbal Contreiras”. Produzido e realizado por Victor Raposo, SINFONIA DE CRISTAL centra-se na indústria do vidro e na fabricação de cristalaria. É também na indústria vidreira portuguesa que se detém VIDROS DE PORTUGAL (produção do Fundo de Fomento de Exportação). Da mesma década do título anterior e retratando a mesma realidade, A EMBALAGEM DE VIDRO é uma produção e realização de Faria de Almeida. “Ao som de Manuel Jorge Veloso, como nos filmes de Fernando Lopes [AS PALAVRAS E OS FIOS, TEJO – ROTA DO PROGRESSO], a curta-metragem de Faria de Almeida ensaia um gesto idêntico de atenção plástica às cores, motivos e movimentos, focando especialmente a energia do trabalho despendido pelos operários envolvidos” (Maria João Madeira). À exceção deste último, os filmes programados são primeiras exibições na Cinemateca.
 

20/04/2015, 19h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
CRÓNICA DOS BONS MALANDROS
de Fernando Lopes
com Duarte Nuno, João Perry, Lia Gama, Maria do Céu Guerra, Nicolau Breyner, Paulo de Carvalho
Portugal, 1984 - 82 min | M/12
Quando Foram os Anos Oitenta?

sessão com a presença de Mário Zambujal e Lia Gama e seguida de debate

Quarta longa-metragem de Fernando Lopes com ponto de partida no livro homónimo de Mário Zambujal. Filme elíptico e festivo em que o protagonismo é concedido à cidade de Lisboa, CRÓNICA DOS BONS MALANDROS junta uma estrutura narrativa fragmentária a uma série de referências que incluem a tradição policial, a comédia, a música ligeira e a banda desenhada. “Tentei fazê-lo como uma espécie de banda desenhada, mas não o consegui levar consequentemente até ao fim. [...] Curiosamente acabou por ser o meu filme mais popular: teve cem mil espectadores” (Fernando Lopes).

21/04/2015, 19h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
O LUGAR DO MORTO
de António-Pedro Vasconcelos
com Ana Zanatti, Pedro Oliveira, Lídia Franco, Teresa Madruga, Manuela de Freitas
Portugal, 1984 - 122 min | M/12
Quando Foram os Anos Oitenta?

sessão com a presença de António-Pedro Vasconcelos e seguida de debate

O LUGAR DO MORTO é um título incontornável da filmografia portuguesa da década de oitenta, que marcou como um assinalável êxito comercial do cinema português trabalhando os elementos do policial e do thriller. É também um filme indissociável dos atores que compõem os protagonistas, Ana Zanatti no papel de uma misteriosa vamp e Pedro Oliveira, um jornalista que testemunha acidentalmente um crime nos meandros do qual se enreda, seduzido por ela.