09/02/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Adriano Aprà / Michelangelo Antonioni
IL GRIDO
O Grito
de Michelangelo Antonioni
com Alida Valli, Steve Cochran, Betsy Blair
Itália, 1957 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência | apresentadas e comentadas por Adriano Aprà
as intervenções de Adriano Aprà são feitas em francês, sem tradução simultânea
A paisagem como reveladora dos sentimentos, no cinema de Antonioni. O que se adivinhava já em CRONACA DI UN AMORE (primeira longa-metragem, de 1950) tem aqui o seu momento de transição para a famosa trilogia da alienação aberta com L’AVVENTURA (1960). Em IL GRIDO, a paisagem reflete o estado de alma de Aldo, numa travessia de separação e experiência de falta de sentido para a vida. Ou segundo Antonioni: “[um filme que pretende] olhar para dentro do homem a quem roubaram a bicicleta e ver quais são os seus pensamentos, como se adequam, quanto ficou dentro dele de todas as experiências passadas, da guerra, do pós-guerra […], que coisas podem suceder a um homem que é abandonado pela sua mulher”. IL GRIDO tem uma segunda projeção a 21, no “Double Bill” das 15h30 (ver entrada respetiva).
10/02/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Adriano Aprà / Michelangelo Antonioni
LA NOTTE
A Noite
de Michelangelo Antonioni
com Jeanne Moreau, Marcello Mastroianni, Monica Vitti, Bernhard Wicki
Itália, 1961 - 119 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência | apresentadas e comentadas por Adriano Aprà
as intervenções de Adriano Aprà são feitas em francês, sem tradução simultânea
Segundo filme da “trilogia dos sentimentos” de Antonioni (L’AVVENTURA, LA NOTTE, L’ECLISSE), o autor que mudou alguma coisa no cinema com a “desconstrução da narrativa”. LA NOTTE é um filme “puro como a noite”, como escreveu à época um crítico francês, no qual vemos a morte do amor ao longo de uma noite de agonia. É sob o signo da morte que o filme começa, com o casal em crise visitando um amigo moribundo, que fora amante da mulher. Na reunião mundana da noite, o desespero, a náusea, a alienação dos sentimentos, levam ao confronto, à separação e a uma reconciliação que mais parece um ato de desespero. “Non ti amo più, e nemmeno tu mi ami ami più!” LA NOTTE tem uma segunda projeção a 23, às 15h30 (ver entrada em “Outras Sessões de Fevereiro”).
11/02/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Adriano Aprà / Michelangelo Antonioni
L’ECLISSE
O Eclipse
de Michelangelo Antonioni
com Monica Vitti, Alain Delon, Lilla Brognone, Francisco Rabal, Louis Seigner
Itália, França, 1962 - 125 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência | apresentadas e comentadas por Adriano Aprà
as intervenções de Adriano Aprà são feitas em francês, sem tradução simultânea
O filme que encerra a “trilogia dos sentimentos” (e o último a preto e branco de Antonioni). Talvez o filme mais ostensivamente moderno de Antonioni, em todos os sentidos do termo. Monica Vitti é uma mulher que, depois da separação do amante, se encontra desamparada, procurando refazer a vida com um corretor da Bolsa, obcecado pelo jogo do dinheiro, o que a leva de novo à solidão. A sequência passada na Bolsa de Milão e as últimas imagens, quase abstratas, estão entre os momentos mais célebres da obra de Antonioni (“Prefiro filmar nos lugares autênticos porque a realidade estimula a minha fantasia”). L’ECLISSE tem uma segunda projeção a 26, às 15h30 (ver entrada em “Outras Sessões de Fevereiro”).
12/02/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Adriano Aprà / Michelangelo Antonioni
PROFESSIONE: REPORTER
Profissão: Repórter
de Michelangelo Antonioni
com Jack Nicholson, Maria Schneider, Jenny Runacre, Ian Hendry
Itália, França, Espanha, 1975 - 126 min
legendado em português | M/12
sessões-conferência | apresentadas e comentadas por Adriano Aprà
as intervenções de Adriano Aprà são feitas em francês, sem tradução simultânea
Ao contrário do “mal amado” ZABRISKIE POINT (1970), PROFISSÃO REPÓRTER foi uma obra adotada pelos espectadores de Antonioni desde a primeira hora, cedo rotulada como uma obra-prima. Filmado no deserto, é o filme em que Maria Schneider é uma rapariga sem nome e Jack Nicholson uma personagem que troca de identidade entre dois movimentos de câmara. Avulta como um dos grandes momentos da obra do mestre italiano e também como um exemplo da sua capacidade de renovar o seu cinema.
13/02/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Adriano Aprà / Michelangelo Antonioni
PAR-DELÀ LES NUAGES
Para Além das Nuvens
de Michelangelo Antonioni
com Sophie Marceau, John Malkovich, Irène Jacob
França, Itália, Alemanha, 1995 - 109 min
legendado em português | M/16
sessões-conferência | apresentadas e comentadas por Adriano Aprà
as intervenções de Adriano Aprà são feitas em francês, sem tradução simultânea
Ferrara, Portofino, Paris, Aix-en-Provence: quatro paisagens para outras tantas histórias de amor e de rutura, de sentimentos inconfessos e de frustrações. Treze anos depois do anterior IDENTIFICAZIONE DI UNA DONNA, Antonioni, octogenário, paralisado e desprovido do uso da palavra devido a um derrame cerebral, regressou ao cinema com um filme que é uma súmula de toda a sua obra, tanto nos temas (o casal, o amor, o vazio num tempo que aliena cada vez mais os sentimentos) como na forma. Um adeus muito consciente ao cinema, por um dos seus grandes mestres. Wim Wenders dirige os episódios de ligação entre as quatro histórias. Na versão italiana, o filme, que vai ser apresentado na versão estreada em Portugal, intitula-se AL DI LÀ DELLE NUVOLE.