CICLO
Foco no Arquivo


Retomando a rubrica regular de programação “Foco no Arquivo”, janeiro propõe duas sessões respetivamente organizadas em colaboração com o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, e com a equipa de investigação do projeto WORKS, que está a ser desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia com outros parceiros e o financiamento da FCT. No primeiro caso, dedicando a sessão ao mote “Coleção Colonial da Cinemateca: campo, contracampo, fora de campo”, a Cinemateca propõe a criação de uma plataforma de investigação continuada sobre a sua coleção colonial. No segundo, cujo alinhamento se intitula “O Trabalho no Ecrã”, trata-se de uma primeira sessão dedicada à investigação em curso em filmes da coleção da Cinemateca, a prosseguir mensalmente ao longo de 2015.

 
21/01/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

COLEÇÃO COLONIAL DA CINEMATECA: CAMPO, CONTRACAMPO, FORA DE CAMPO
duração total da sessão: 84 min | M/12
 
28/01/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

O TRABALHO NO ECRÃ
duração total da sessão: 67 min | M/12
21/01/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
COLEÇÃO COLONIAL DA CINEMATECA: CAMPO, CONTRACAMPO, FORA DE CAMPO
duração total da sessão: 84 min | M/12
sessão apresentada por Maria do Carmo Piçarra (CECS), Sofia Sampaio (CRIA), Paulo Cunha (CEIS XX), Joana Pimentel (CP-MC)

STREETS OF EARLY SORROW
Caminhos para a Angústia
de Graham Parker, Faria de Almeida
com Lionel Ngokani, Olivia Farjeon
Reino Unido, 1963 – 8 min / sem diálogos
MONANGAMBÉE
de Sarah Maldoror
com Mohamed Zinet
Argélia, 1968 – 15 min / falado em francês, sem legendas
UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUE
de Faria de Almeida
Portugal, 1972 – 11 min
LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUI
de Jean Leduc
Portugal, 1971 – 50 min / falado em francês, sem legendas

Organizada em colaboração com o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, esta sessão marca o lançamento de um debate público em que a Cinemateca propõe a criação de uma plataforma de investigação continuada sobre a sua coleção colonial. Ao campo cinematográfico de afirmação propagandista do Lusotropicalismo, em obras como LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUI, opõe-se aqui o contracampo de filmes de resistência como CAMINHOS PARA A ANGÚSTIA, que aborda o Massacre de Sharpeville, e MONANGAMBÉE, que fixa o desconhecimento da cultura africana e a brutalidade da polícia portuguesa. UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUE mostra como o Estado Novo se quis impor, através da promoção turística das colónias, como “paraíso perdido”. Após a projeção, Maria do Carmo Piçarra, Sofia Sampaio e Paulo Cunha abordarão a política colonial do Estado Novo tal como imaginada no cinema de propaganda, as reações a essa política em filmes de resistência, e, finalmente, o que ficou “fora de campo”. Joana Pimentel fará uma breve apresentação da coleção colonial entendida em sentido lato. Os primeiros dois títulos são apresentados em cópias vídeo. Primeiras exibições na Cinemateca.
 

28/01/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
O TRABALHO NO ECRÃ
duração total da sessão: 67 min | M/12
sessão apresentada pela equipa de investigação responsável pelo Projeto WORKS

A VISITA OFICIAL AO BARREIRO
de autor não identificado
Portugal, 1933 – 8 min / mudo
CRIANDO FONTES DE TRABALHO
de João Mendes
Portugal, 1961 – 24 min
A OLIVEIRA E A PIRITE
de Jean Leduc
Portugal, 1965 – 19 min
VISITA À FÁBRICA: A QUIMIGAL-DPEQ EM 1989
de Orlando Santos, António Ferreira
Portugal, 1989 – 16 min

Ao longo de 2015, a Cinemateca apresentará mensalmente uma sessão dedicada à investigação que, no âmbito do projeto WORKS, tem incidido sobre a imagem do trabalho no cinema. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui já o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca – incluindo longas-metragens de fição, documentários, filmes de encomenda e filmes e utilitários – com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX. O projeto, financiado pela FCT, está a ser desenvolvido no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com o Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) e o Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (CECL-UNL), e é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora, CIES-IUL), Frédéric Vidal (CRIA), Emília Margarida Marques (CRIA), Jacques Lemière (Université de Lille 1), João Sousa Cardoso (CECL-UNL) e João Rosas (CIES-IUL). Num momento em que a ideia de trabalho sofre alterações rápidas e profundas, nomeadamente ao nível do valor que lhe é atribuído, simbólica e monetariamente, esta rubrica de programação propõe-se suscitar uma reflexão sobre as várias formas de filmar o trabalho – quem filma, o que é filmado e o que é dito sobre quem trabalha – pondo em diálogo filmes de autor e filmes utilitários. Neste programa inicial são dados a ver alguns filmes e documentos históricos sobre a cidade do Barreiro e a CUF, e ainda imagens mais recentes em que é registada uma visita à fábrica por parte de trabalhadores daquela empresa. Exceto CRIANDO FONTES DE TRABALHO, os filmes a apresentar são primeiras exibições na Cinemateca.