CICLO
Sessões Setembro 2013


Em setembro, mês que habitualmente marca o início de uma nova temporada de programação depois da pausa de agosto, a programação da Cinemateca não foge, na sua estrutura, ao modelo seguido nos últimos meses. Repetimos o que temos dito em programas recentes: historicamente, por natureza e essência, a programação desta Cinemateca – como da generalidade das cinematecas no mundo inteiro – organiza-se numa lógica de Ciclos e retrospetivas, de autor, temáticas, por cinematografias, encarando o cinema e a sua História, os diálogos e as rimas por eles sugeridos, em programas que procuram combinar apostas de maior ambição com rubricas regulares de programação. Assim pautada, uma programação deste tipo pretende ir construindo uma história cujo sentido e dimensão existem tanto no plano do conjunto de cada uma das iniciativas como no do desenho mais abrangente que a cada mês se sugere. É por isto, pela proposta continuada de um ponto de vista, afirmativo ou questionador, entre a descoberta e a redescoberta, que se distingue a programação de uma Cinemateca do de uma simples “sala de reprise”.
A realidade atual obriga-nos a mudar a regra: sem condições para continuar a cumprir o padrão desejável, a programação da Cinemateca assume essa impossibilidade, sem prescindir de propor as suas sessões – cinco por dia, seis dias por semana. Setembro de 2013 será, portanto, mais uma vez, um mês “de avulsos” – sem abdicar, “apesar de tudo”, de um desejo de variedade, riqueza e, mesmo, descoberta, que fica expresso nos muitos títulos e textos que se seguem.
Algumas excepções a esta regra existem, por norma resultantes de colaborações e parcerias com entidades externas. Este mês é o caso, sobretudo, das retrospetivas dedicadas a Víctor Erice e a Denis Côté, e do pequeno ciclo de filmes holandeses realizado com a colaboração do Cine Bioscoop. Para além, naturalmente, de uma série de outras sessões cujas identidade e perfil nascem de colaborações com entidades externas, e com cineastas e produtores portugueses – como sucede no caso das sessões a apresentar na rubrica regular de “ante-estreias”.
 

 
26/09/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo Sessões Setembro 2013

La Règle du Jeu
A Regra do Jogo
de Jean Renoir
França, 1939 - 110 min
 
26/09/2013, 22h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Sessões Setembro 2013

Smithereens
Estilhaços
de Susan Seidelman
Estados Unidos, 1982 - 92 min
27/09/2013, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo Sessões Setembro 2013

Cabin in the Sky
Um Lugar no Céu
de Vincente Minnelli
Estados Unidos, 1943 - 98 min
27/09/2013, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo Sessões Setembro 2013

Laura
Laura
de Otto Preminger
Estados Unidos, 1944 - 87 min
27/09/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Sessões Setembro 2013

Sylvia Scarlett
de George Cukor
Estados Unidos, 1936 - 90 min
26/09/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Sessões Setembro 2013
La Règle du Jeu
A Regra do Jogo
de Jean Renoir
com Marcel Dalio, Nora Grégor, Roland Toutain, Julien Carette, Gaston Modot, Mila Parély, Jean Renoir
França, 1939 - 110 min
legendado em português

O mais lendário filme de Jean Renoir. Sem personagem principal, com nada menos do que oito protagonistas, “sem história”, implacável e demencial, objeto de tanta ira como de admiração, LA RÈGLE DU JEU é, para muitos, a obra máxima de Renoir, mostrando-nos uma coreografia em que a câmara acompanha as fugas e jogos de amor das personagens, numa mansão senhorial. Enquanto dançam sobre o vulcão, a Europa e o mundo caminham para a guerra.

26/09/2013, 22h00 | Sala Luís de Pina
Sessões Setembro 2013
Smithereens
Estilhaços
de Susan Seidelman
com Susan Berman, Brad Rinn, Richard Hell, Nada Despotovich
Estados Unidos, 1982 - 92 min
legendado em português

Seidelman pertence ao primeiro grupo de cineastas independentes americanas dos anos oitenta. Uma realizadora independente que, na realidade, se foi tornando menos independente. Esta sua longa de estreia, foi o primeiro filme indie a ser selecionado para a competição oficial de Cannes, em 1982. SMITHEREENS acompanha uma jovem narcisista que deixa New Jersey para se juntar à subcultura punk nova iorquina. Tem como ator Richard Hell, um dos grandes nomes do punk, e a música é dos The Feelies. Primeira exibição na Cinemateca.

27/09/2013, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Sessões Setembro 2013
Cabin in the Sky
Um Lugar no Céu
de Vincente Minnelli
com Eddie “Rochester” Anderson, Lena Horne, Duke Ellington, Louis Armstrong
Estados Unidos, 1943 - 98 min
sem legendas
A projeção de CABIN IN THE SKY substitui a do inicialmente programado 21 HOURS AT MUNICH por impossibilidade de projeção da cópia.

Fábula musical sobre a luta entre o Bem (os espirituais e a igreja) e o Mal (os clubes de jazz!), CABIN IN THE SKY marcou a estreia na realização de Vincente Minnelli (vindo diretamente da Broadway). Do elenco fazem parte alguns dos nomes maiores do jazz da época. Duke Ellington surge na figura de um simpático enviado do diabo e interpreta temas como Things Ain’t What They Used To Be e Goin’Up.

27/09/2013, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Sessões Setembro 2013
Laura
Laura
de Otto Preminger
com Gene Tierney, Dana Andrews, Clifton Webb, Vincent Price, Judith Anderson
Estados Unidos, 1944 - 87 min
legendado em português

Nesta obra-prima de Preminger, clássico do filme negro e filme carismático de Gene Tierney, Laura, a mulher “que vem de entre os mortos”, surge como imagem de um “sonho” que Dana Andrews tivesse na penumbra da sala, contemplando o seu retrato. Mulher sonhada e desejada, também, por uma singular personagem de escritor e cronista de rádio, um sibarita que deu a Clifton Webb o seu papel mais famoso. E como tantos filmes negros, LAURA contém diversos elementos ligados à psicanálise, então em voga em Hollywood.

27/09/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Sessões Setembro 2013
Sylvia Scarlett
de George Cukor
com Katharine Hepburn, Cary Grant, Brian Aherne, Edmund Gwenn
Estados Unidos, 1936 - 90 min
legendado em português
A projeção de SYLVIA SCRALETT substitui a do inicialmente programado I FIGLI DI NESSUNO por impossibilidade de projeção da cópia.

Foi o fracasso deste filme que fez com que Katharine Hepburn fosse denominada veneno de bilheteira pelos produtores. O público ficou desorientado diante de um filme em que ela está quase todo o tempo a fazer-se passar por um rapaz. A ambiguidade da relação deste “rapaz” com o protagonista masculino, Cary Grant na primeira parceria com a atriz, num misto de atração e irritação, dá ao filme um segundo sentido, muito mais gritante do que o das comédias sofisticadas sobre a “guerra dos sexos”.