CICLO
A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões


Dando continuidade à linhagem artística e política de anteriores programas de colaboração entre o Doclisboa e a Cinemateca Portuguesa dedicados à América Latina (Luis Ospina em 2018, Carlos Reichenbach em 2022), a primeira retrospetiva europeia de Paul Leduc (1942-2020), um mestre do cinema independente mexicano, preenche a maior parte das sessões da colaboração deste ano. Para além da retrospetiva Leduc, a Cinemateca acolhe novamente o Doclisboa com algumas sessões de outras secções não-competitivas do festival (Heart Beat, Retrospetiva Back to the Future, Da Terra à Lua). O crítico e programador Boris Nelepo (habitual colaborador do Doclisboa para as secções retrospetivas) assina o texto que se segue sobre Paul Leduc bem como as notas individuais sobre as respetivas sessões. À exceção de REED, MÉXICO INSURGENTE, todos os filmes de Leduc serão apresentados em cópias digitais e são primeiras apresentações na Cinemateca.
 
 
 
18/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões

Ici et Ailleurs | De Palestijnen
 
19/10/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões

Traité de Bave Et D’éternité
de Isidore Isou
França, 1951 - 120 min
21/10/2024, 18h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões

Mesa-Redonda Sobre o Restauro de “Um É Pouco, Dois É Bom”
21/10/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões

Um é Pouco, Dois é Bom
de Odilon Lopez
Brasil, 1970 - 94 min.
22/10/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões

Um é Pouco, Dois é Bom
de Odilon Lopez
Brasil, 1970 - 94 min.
18/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões
Ici et Ailleurs | De Palestijnen
ICI ET AILLEURS
de Jean-Luc Godard, Anne Marie-Miéville
com Jean-Pierre Bamberger
França, 1976 – 53 min

DE PALESTIJNEN
de Johan van der Keuken
Países Baixos, 1975 – 45 min

duração total da projeção: 98 min
legendados em inglês e eletronicamente em português | M/12

Rushes de um filme inacabado sobre a resistência palestiniana, rodado quatro anos antes sob a égide do grupo Dziga Vertov, são mostradas a um casal que, diante do televisor, recorda a sua experiência passada durante os anos de militância. ICI ET AILLEURS é uma obra raramente exibida, que toca uma questão sensível e que aborda o modo como se organizam aqui (“ici”) imagens que foram registadas algures (“ailleurs”). Filme sobre um conflito, é antes de mais uma reflexão sobre a própria televisão. DE PALESTIJNEN aborda a complexidade do conflito no Médio-Oriente em pleno ano de 1975. Filmado no Líbano em resposta a uma solicitação do Comité da Palestina, procura identificar as contradições entre as diferentes classes sociais e compreender as reivindicações dos palestinianos. 

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19/10/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões
Traité de Bave Et D’éternité
de Isidore Isou
com Marcel Achard, Isidore Isou, Jean-Louis Barrault, Jean Cocteau
França, 1951 - 120 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Autor do movimento letrista lançado em 1946 como manifesto de uma poesia fonética, Isidore Isou estende-o em 1951 ao cinema com este TRAITÉ DE BAVE ET D’ÉTERNITÉ, prémio da vanguarda no festival de Cannes desse mesmo ano por um júri improvisado para a ocasião e onde foi motivo de escândalo. Baseado no princípio da “montagem discrepante”, o filme, que é hoje um título lendário do cinema experimental e que antecipa o cinema de Guy Debord, trabalha a disjunção entre o som e a imagem e a desconstrução narrativa para anunciar a morte de uma certa ideia de cinema. Nos Cahiers, Maurice Schérer (Éric Rohmer) distinguiu ainda o modo particular como Isou filma o bairro de Saint-Germain-des-Prés nas suas deambulações por Paris. Dois filmes em que a palavra tem um papel determinante e que, experimentando inventivamente diferentes modos de combinação entre as bandas de som e de imagem, expandem os limites do próprio cinema.

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21/10/2024, 18h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões
Mesa-Redonda Sobre o Restauro de “Um É Pouco, Dois É Bom”
entrada livre, mediante levantamento de ingresso na Bilheteira trinta minutos antes do inicio da sessão.
Com UM É POUCO, DOIS É BOM, Odilon Lopez tornou-se um dos poucos realizadores negros em atividade durante a década de 1970. O feito o coloca-o ao lado de cineastas como Antonio Pitanga e Zózimo Bulbul, entre alguns poucos anteriores como Cajado Filho e Haroldo Costa, cujas filmografias vêm sendo reinvestigadas nos últimos anos. Longamente esquecido, o filme foi recentemente restaurado e relançado graças a uma parceria entre a Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, a plataforma INDETERMINAÇÕES e a Mnemosine Serviços Audiovisuais, trazendo novos contornos para as discussões em torno da historiografia do cinema negro e brasileiro. Participam na mesa-redonda, Lorenna Rocha (cofundadora da INDETERMINAÇÕES e investigadora da obra de Odilon Lopez), Vanessa Lopez (filha de Odilon) Lincoln Péricles (realizador) e Tiago Baptista, responsável pelo arquivo da Cinemateca.
 
21/10/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões
Um é Pouco, Dois é Bom
de Odilon Lopez
com Araci Estevez, Odilon Lopez, Francisco Silva
Brasil, 1970 - 94 min.
legendado em inglês | M/12
Dois contos compõem este filme, com realização e argumento de Odilon Lopez (o primeiro realizador negro do Sul do Brasil) e diálogos de Luiz Fernando Veríssimo. Em “Com Um Pouquinho... de Sorte” e “Vida Nova... Por Acaso”, Lopez segue os seus protagonistas pela vida urbana em Porto Alegre. Na história do casal Jorge e Maria ou na jornada pelas desventuras dos cativantes Magrão e Crioulo, o cineasta aborda questões sociais, como o racismo e a marginalização cíclica das suas personagens. Primeira exibição na Cinemateca. A exibir em cópia digital restaurada 4k.

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22/10/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Outras Sessões
Um é Pouco, Dois é Bom
de Odilon Lopez
com Araci Estevez, Odilon Lopez, Francisco Silva
Brasil, 1970 - 94 min.
legendado em inglês | M/12
Dois contos compõem este filme, com realização e argumento de Odilon Lopez (o primeiro realizador negro do Sul do Brasil) e diálogos de Luiz Fernando Veríssimo. Em “Com Um Pouquinho... de Sorte” e “Vida Nova... Por Acaso”, Lopez segue os seus protagonistas pela vida urbana em Porto Alegre. Na história do casal Jorge e Maria ou na jornada pelas desventuras dos cativantes Magrão e Crioulo, o cineasta aborda questões sociais, como o racismo e a marginalização cíclica das suas personagens. Primeira exibição na Cinemateca. A exibir em cópia digital restaurada 4k.

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