CICLO
10 Anos "À Pala"


Lançado oficialmente no dia 15 de julho de 2012, o website cinéfilo À pala de Walsh (www.apaladewalsh.com) foi construindo ao longo de dez anos uma comunidade de críticos profundamente embrenhada numa reflexão contínua sobre o cinema e a sua relevância nas nossas vidas. Educando(-se) em imagens e texto, em textos impregnados de imagens e imagens impregnadas de textos, aquele que um dia os Cahiers du cinéma (Dezembro de 2015) apelidaram de “Le site le plus important du Portugal” foi transformando a partilha do amor ao cinema numa oportunidade para a experimentação crítica. Pensantes e críticos, os walshianos – nome atribuído a todos os colaboradores que, de norte a sul do país, e fora dele, deixaram o seu nome nas páginas deste website – representam uma geração que pretende levar mais longe a atividade da crítica em Portugal, com textos de fundo, outros mais avulsos e “imediatistas”, entrevistas e brincadeiras com stills e em vídeo, enfim, uma plêiade de propostas que entende o cinema, nas palavras de Jean-Luc Godard, como uma “forma que pensa”.
Não há só jovens críticos, académicos, professores e (aspirantes a) realizadores, uma vez que se publicaram também importantes ensaios de alguns “pesos pesados”, com percurso feito nas diversas frentes, e que permitem essa mescla entre novidade e experiência bem presente no alinhamento desta publicação: Adrian Martin, Dave Kehr, David Campany, Fernando Guerreiro, João Mário Grilo, Jorge Silva Melo, Laura Mulvey, Louis Skorecki, Manuel S. Fonseca, Maria João Madeira, Rita Azevedo Gomes, Susana de Sousa Dias, Sylvie Pierre e o cronista da casa José Bogalheiro, entre outros, vieram enriquecer as páginas desta publicação, dando confiança à geração mais nova que compõe a dita comunidade walshiana.
Ao mesmo tempo, o À pala de Walsh entrevistou um conjunto relevante de personalidades, não hierarquizando o interesse nutrido por quem filma e quem escreve. Essas entrevistas irão rechear um novo livro lançado pela Linha de Sombra, a sair ainda este ano, depois de há cinco anos a mesma editora, sediada na livraria da Cinemateca Portuguesa, ter editado o livro de ensaios, já esgotado, O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh.
Em comemoração da data redonda, a Cinemateca Portuguesa abre portas ao coletivo de walshianos, programando sessões vocacionadas para a discussão. Os filmes foram escolhidos pela equipa de redatores, liderada pelos editores Carlos Natálio, João Araújo, Luís Mendonça e Ricardo Vieira Lisboa, e as conversas que se seguirão a cada projeção vão envolver colaboradores do site, prometendo espicaçar ou renovar o interesse por estes filmes. Escolhas e conversas que pretendem atestar a imagem de marca deste projeto ou, numa palavra, confirmar a diversidade de olhares que o caracteriza.
 
 
18/07/2022, 21h45 | Esplanada
Ciclo 10 Anos "À Pala"

Le Quai des Brumes
Cais das Brumas
de Marcel Carné
França, 1938 - 91 min
 
26/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo 10 Anos "À Pala"

Vampyr
de Carl Th. Dreyer
França, Alemanha, 1930 - 73 min
28/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo 10 Anos "À Pala"

D’Est
de Chantal Akerman
França, Bélgica, 1993 - 115 min
18/07/2022, 21h45 | Esplanada
10 Anos "À Pala"
Le Quai des Brumes
Cais das Brumas
de Marcel Carné
com Jean Gabin, Michèle Morgan, Michel Simon, Pierre Brasseur
França, 1938 - 91 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A quintessência do “realismo poético” francês, com o seu fatalismo, as suas sombras, a lembrança do estilo de realização de Sternberg. Os cenários de Alexander Trauner e a fotografia de Eugen Schufftan são excepcionais. Num dos seus papéis mais emblemáticos, Jean Gabin é um desertor do exército que chega ao Havre, na esperança de partir para o estrangeiro e tem uma ligação passageira com Michèle Morgan. Prévert escreveu o argumento e os diálogos, a partir de um romance de Pierre MacOrlan. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Daniela Rôla, José Bértolo e Luís Mendonça.

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26/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
10 Anos "À Pala"
Vampyr
de Carl Th. Dreyer
com Julian West, Maurice Schultz, Rena Mandel, Sybille Schmitz
França, Alemanha, 1930 - 73 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Longe das mitologias habituais dos filmes de vampiros, VAMPYR é “um filme de terror banhado numa claridade puríssima. Um filme sonoro que reinventa a noção de cinema mudo”, como escreveu Edgardo Cozarinsky sobre esta obra-prima de Carl Th. Dreyer, poema de morte e ressurreição pela luz do cinema, inspirado na novela Carmilla de Sheridan le Fanu. VAMPYR é um dos pontos culminantes da arte de um dos maiores realizadores de sempre. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Bernardo Vaz de Castro, Carlos Natálio e Inês N. Lourenço.

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28/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
10 Anos "À Pala"
D’Est
de Chantal Akerman
França, Bélgica, 1993 - 115 min
Sem diálogos | M/12
Um belíssimo documentário sobre as transformações do quotidiano nos países de Leste, que enceta uma viagem desde a fronteira da Alemanha à Rússia, e do fim do verão, ao mais profundo inverno. Trata-se de uma espécie de diário da viagem, de recordações e pessoas que aparecem em estações, paragens de autocarro, ou em longas filas de espera, com tudo o que tais situações evocam. Sem qualquer comentário e recorrendo a lentos travellings que alcançam um efeito quase hipnótico, D’EST é uma das mais emblemáticas obras de Akerman dos anos 90. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Ana Cabral Martins, João Araújo e Teresa Vieira.

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