11/07/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
10 Anos "À Pala"
Vampyr
de Carl Th. Dreyer
com Julian West, Maurice Schultz, Rena Mandel, Sybille Schmitz
França, Alemanha, 1930 - 65 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação e seguida de debate
Longe das mitologias habituais dos filmes de vampiros, VAMPYR é “um filme de terror banhado numa claridade puríssima. Um filme sonoro que reinventa a noção de cinema mudo”, como escreveu Edgardo Cozarinsky sobre esta obra-prima de Carl Th. Dreyer, poema de morte e ressurreição pela luz do cinema, inspirado na novela Carmilla de Sheridan le Fanu. VAMPYR é um dos pontos culminantes da arte de um dos maiores realizadores de sempre. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Bernardo Vaz de Castro, Carlos Natálio e Inês N. Lourenço.
12/07/2022, 18h30 | Sala M. Félix Ribeiro
10 Anos "À Pala"
Thief
O Ladrão Profissional
de Michael Mann
com James Caan, Tuesday Weld, Willie Nelson, Dennis Farina, James Belushi
Estados Unidos, 1981 - 122 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação e seguida de debate
Primeira longa-metragem de Michael Mann, com produção de Jerry Bruckheimer e um James Caan em ponto de rebuçado. Mann, um dos grandes nomes da Hollywood contemporânea, fez este thriller extremamente inteligente, com laivos de film noir, revelando desde cedo as qualidades de todo um cinema, visíveis nomeadamente nos diálogos ríspidos e sem rodeios que dão vida à personagem de Caan. O crítico Jean Douchet notou, nos Cahiers du cinéma, como, aqui, Mann “inventa uma escrita pessoal, imediatamente reconhecível, que em seguida ele refinará, retrabalhará de filme para filme”. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Duarte Mata, Ricardo Gross e Susana Bessa.
13/07/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
10 Anos "À Pala"
Le Quai des Brumes
Cais das Brumas
de Marcel Carné
com Jean Gabin, Michèle Morgan, Michel Simon, Pierre Brasseur
França, 1938 - 91 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação e seguida de debate
A quintessência do “realismo poético” francês, com o seu fatalismo, as suas sombras, a lembrança do estilo de realização de Sternberg. Os cenários de Alexander Trauner e a fotografia de Eugen Schufftan são excepcionais. Num dos seus papéis mais emblemáticos, Jean Gabin é um desertor do exército que chega ao Havre, na esperança de partir para o estrangeiro e tem uma ligação passageira com Michèle Morgan. Prévert escreveu o argumento e os diálogos, a partir de um romance de Pierre MacOrlan. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Daniela Rôla, José Bértolo e Luís Mendonça.
14/07/2022, 18h30 | Sala Luís de Pina
10 Anos "À Pala"
D’Est
de Chantal Akerman
França, Bélgica, 1993 - 117 min
Sem diálogos | M/12
sessão com apresentação e seguida de debate
Um belíssimo documentário sobre as transformações do quotidiano nos países de Leste, que enceta uma viagem desde a fronteira da Alemanha à Rússia, e do fim do verão, ao mais profundo inverno. Trata-se de uma espécie de diário da viagem, de recordações e pessoas que aparecem em estações, paragens de autocarro, ou em longas filas de espera, com tudo o que tais situações evocam. Sem qualquer comentário e recorrendo a lentos travellings que alcançam um efeito quase hipnótico, D’EST é uma das mais emblemáticas obras de Akerman dos anos 90. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Ana Cabral Martins, João Araújo e Teresa Vieira.
15/07/2022, 18h30 | Sala M. Félix Ribeiro
10 Anos "À Pala"
Saikaku Ichidai Onna
“A Vida de O’Haru”
de Kenji Mizoguchi
com Kinuyo Tanaka, Tsukie Matsuura, Ichirô Sugai, Toshirô Mifune
Japão, 1952 - 136 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação e seguida de debate
Este é um dos grandes filmes de Mizoguchi, história, adaptada de um romance de Ihara Saikaku, sobre uma mulher em rota de colisão com os valores morais e sociais do seu tempo. O famoso realismo histórico de Mizoguchi raramente foi levado tão longe, como raras vezes foi levado tão longe o seu lirismo intimista. Uma das mais belas meditações sobre a mulher na história de qualquer arte. Escreveu João Bénard da Costa: “A VIDA DE O’HARU não é só o prodigioso retrato da protagonista. Para além da assombrosa reconstituição de uma época (o famoso realismo histórico de Mizoguchi raras vezes foi levado tão longe) o efeito conseguido tem que ver com a absoluta maestria do seu estilo”. Escolha e conversa a cargo dos walshianos Bárbara Janicas, Miguel Patrício e Ricardo Vieira Lisboa.