CICLO
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir


2021 é, na Cinemateca, tempo de Film noir. Em junho último, um primeiro momento do programa concentrou-se “No coração do noir”, ou seja, no fulcro do cinema clássico dos anos 1940 e 50 que, em grandes produções e na série B dos estúdios de Hollywood, variou sobre sombras expressionistas projetando as angústias da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra. O que em novembro se propõe é uma viagem cronologicamente balizada entre 1947 e 1967 por um núcleo de títulos atraídos pelo noir nas cinematografias francesa, britânica e japonesa, que estiveram particularmente atentas ao subtexto e ao estilo de Hollywood, e uma incursão no noir das filmografias norueguesa e sul-coreana: DØDEN ER ET KJÆRTEGN / “A MORTE É UMA CARÍCIA” de Edith Carlmar e JIOKHWA / “UMA FLOR NO INFERNO” de Shin Sang-ok são dois dos filmes programados a apresentar pela primeira vez na Cinemateca. O programa alinha na perspetiva da redescoberta apontando a territórios férteis e a merecer exploração localizada, como o policial japonês.
 
 
22/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Koroshi no Rakuin
“A Marca do Assassino”
de Seijun Suzuki
Japão, 1967 - 90 min
 
23/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Zero no Shoten
“Zero Focus”
de Yoshitaro Nomura
Japão, 1961 - 95 min
23/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Le Samouraï
Ofício de Matar
de Jean-Pierre Melville
França, 1967 - 104 min
25/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Koroshi no Rakuin
“A Marca do Assassino”
de Seijun Suzuki
Japão, 1967 - 90 min
26/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Le Samouraï
Ofício de Matar
de Jean-Pierre Melville
França, 1967 - 104 min
22/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Koroshi no Rakuin
“A Marca do Assassino”
de Seijun Suzuki
com Joe Shishido, Koji Nanbara, Annu Mari, Mariko Ogawa
Japão, 1967 - 90 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Mais conhecido a Ocidente como BRANDED TO KILL, é uma produção B da Nikkatsu, que na altura considerou o filme incompreensível negando trabalho futuro a Seijun Suzuki (1923-2017). Com o tempo, conquistou o culto internacional como uma obra-prima brutal e hilariante da nova vaga japonesa. É um ponto alto do trabalho de Suzuki, cujo cinema corresponde a “uma paixão intuitiva e anárquica pelo artifício, pelo mascaramento do real” (Miguel Patrício, À Pala de Walsh). Num “esplendorosamente delirante confronto vanguardista com o noir” sobre o qual paira a ameaça existencial (Alexia Kannas), a história segue um assassino yakuza que tem o bizarro fétiche de cheirar arroz fumegante. Nota ainda para o retrato de Tóquio em modernização, a geometria espacial, a montagem elétrica.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
23/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Zero no Shoten
“Zero Focus”
de Yoshitaro Nomura
com Yoshiko Kuga, Hizuru Takachiho, Ineko Arima, Koji Nanbara
Japão, 1961 - 95 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Referenciado como o pioneiro japonês do cinema noir, cuja extensa obra apenas em 2014 foi alvo de uma retrospetiva internacional, Yoshitaro Nomura (1919-2005, ativo entre as décadas de 1950 e meados de 80) foi um realizador extremamente popular no seu país, com destaque para os filmes em que adaptou romances criminais do escritor Seicho Matsumoto, emblemáticos do pessimismo do pós-guerra. Produzido pela Shochiku, ZERO NO SHOTEN é um deles, o mais limpidamente noir. Para aí apontam a construção em flashbacks guiada pela voz off da protagonista feminina (Yoshiko Kuga, mais conhecida no Ocidente pelos seus filmes com Kurosawa, Mizoguchi, Ozu ou Naruse), a duplicidade das personagens, revelações e revezes narrativos. É comum notarem-se afinidades hitchcockianas na história da recém-casada Teiko que parte de Tóquio em busca do marido desaparecido para se confrontar com homicídios, o rasto da prostituição e do estigma dos tempos de guerra. Primeira apresentação na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
23/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Le Samouraï
Ofício de Matar
de Jean-Pierre Melville
com Alain Delon, François Périer, Nathalie Delon
França, 1967 - 104 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
É a quintessência do estilo e do universo dramatúrgico de Jean-Pierre Melville, a quem Chabrol chamou franco-atirador, que Godard filmou numa cena de À BOUT DE SOUFFLE, e que a partir de BOB LE FLAMBEUR (1956) intensificou a vertente noir do seu cinema, vindo da cinefilia americana e deveras pessoal na estilização e no âmago sombrio. Filmado com as cores luminosas e metálicas da fotografia de Henri Decaë, LE SAMOURAÏ é um policial abstrato com o toque romântico das personagens de Melville. De gabardina, chapéu e olhar distante, Alain Delon encarna a personagem solitária de Jeff Costello, assassino profissional, na sua mais icónica interpretação. Dizia Melville que em Delon (com quem filmou ainda LE CERCLE ROUGE e UN FLIC, 1970/72) o instinto da atitude gestual é inato: “É um dos grandes samurais do ecrã”. Sobre realizadores, afirmava que eram indivíduos que trabalhavam no escuro, o que terá tido o seu eco em cineastas tão diferentes como Scorsese, Jarmusch, Kaurismaki ou Tarantino, além dos da geração da nova vaga francesa.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
25/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Koroshi no Rakuin
“A Marca do Assassino”
de Seijun Suzuki
com Joe Shishido, Koji Nanbara, Annu Mari, Mariko Ogawa
Japão, 1967 - 90 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Mais conhecido a Ocidente como BRANDED TO KILL, é uma produção B da Nikkatsu, que na altura considerou o filme incompreensível negando trabalho futuro a Seijun Suzuki (1923-2017). Com o tempo, conquistou o culto internacional como uma obra-prima brutal e hilariante da nova vaga japonesa. É um ponto alto do trabalho de Suzuki, cujo cinema corresponde a “uma paixão intuitiva e anárquica pelo artifício, pelo mascaramento do real” (Miguel Patrício, À Pala de Walsh). Num “esplendorosamente delirante confronto vanguardista com o noir” sobre o qual paira a ameaça existencial (Alexia Kannas), a história segue um assassino yakuza que tem o bizarro fétiche de cheirar arroz fumegante. Nota ainda para o retrato de Tóquio em modernização, a geometria espacial, a montagem elétrica.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
26/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Le Samouraï
Ofício de Matar
de Jean-Pierre Melville
com Alain Delon, François Périer, Nathalie Delon
França, 1967 - 104 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
É a quintessência do estilo e do universo dramatúrgico de Jean-Pierre Melville, a quem Chabrol chamou franco-atirador, que Godard filmou numa cena de À BOUT DE SOUFFLE, e que a partir de BOB LE FLAMBEUR (1956) intensificou a vertente noir do seu cinema, vindo da cinefilia americana e deveras pessoal na estilização e no âmago sombrio. Filmado com as cores luminosas e metálicas da fotografia de Henri Decaë, LE SAMOURAÏ é um policial abstrato com o toque romântico das personagens de Melville. De gabardina, chapéu e olhar distante, Alain Delon encarna a personagem solitária de Jeff Costello, assassino profissional, na sua mais icónica interpretação. Dizia Melville que em Delon (com quem filmou ainda LE CERCLE ROUGE e UN FLIC, 1970/72) o instinto da atitude gestual é inato: “É um dos grandes samurais do ecrã”. Sobre realizadores, afirmava que eram indivíduos que trabalhavam no escuro, o que terá tido o seu eco em cineastas tão diferentes como Scorsese, Jarmusch, Kaurismaki ou Tarantino, além dos da geração da nova vaga francesa.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui