CICLO
O Cinema Italiano, Lado B.


Com este Ciclo propomos, parafraseando Martin Scorsese, uma outra viagem a Itália, ao cinema italiano. Não é novidade para ninguém que a cinematografia italiana é toda ela um manancial, com muito por (re)descobrir e cuja riqueza está - também - na sua diversidade. Ao longo dos mais de 40 anos de exibições na Barata Salgueiro, estamos ainda muito, mas mesmo muito, longe de esgotar esse filão.
Para esta nossa “viagem”, estabelecemos três regras. A primeira, e porventura, a mais polémica: a sua delimitação temporal (do início dos anos 1950 ao final dos anos 1970), ou seja, uma das épocas de ouro desta cinematografia. O segundo critério: não incluir obras dos grandes mestres (Rossellini, Visconti, De Sica, Antonioni, Pasolini, Fellini, Bertolucci, Olmi e Zurlini) que, por isso mesmo, têm tido, ao longo dos anos, maior visibilidade nesta sala. O terceiro: não incluir obras de três géneros intrinsecamente característicos do cinema italiano deste período: o western-spaghetti, o peplum e o giallo.
Assim, neste Ciclo selecionámos um conjunto de filmes de realizadores de “segunda linha” do cinema italiano tal como poderá ser vista a partir de um olhar exterior. Alguns mais “cá de casa” (Dino Risi, Mario Monicelli, Antonio Pietrangeli), outros nem tanto (Marco Ferreri, Ettore Scola, Luigi Comencini, Raffaello Matarazzo), outros ainda menos lembrados por aqui (Luigi Zampa, Alberto Lattuada, Pietro Germi, Elio Petri, Lina Wertmüller, Luciano Emmer, Alessandro Blasetti, Mauro Bolognini). E, claro, como não podia deixar de ser, Totò.
Um percurso heteróclito e nada canónico que mostra como era belo o cinema italiano na sua capacidade de ser um cinema simultaneamente popular e autoral e que terá produzido alguns dos mais complexos retratos da transformação da sociedade italiana do pós-guerra. Um cinema de realizadores de enorme talento que era servido por um extraordinário conjunto de atores (do protagonismo das estrelas masculinas e femininas com projeção internacional ao último dos secundários) e por isso este é também um Ciclo de grandes interpretações.  Da totalidade de 23 títulos a apresentar, 15 são inéditos na Cinemateca.
 
 
19/07/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Cinema Italiano, Lado B.

Peccato Che Sia una Canaglia
Que Pena Seres Vigarista!
de Alessandro Blasetti
Itália, 1954 - 91 min
 
20/07/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Cinema Italiano, Lado B.

Film d’Amore e d’Anarchia
Filme de Amor e de Anarquia
de Lina Wertmüller
Itália, 1973 - 124 min
20/07/2021, 18h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Cinema Italiano, Lado B.

Il Bell’Antonio
O Belo António
de Mauro Bolognini
Itália, França, 1960 - 98 min
21/07/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Cinema Italiano, Lado B.

Pane, Amore e Fantasia
Pão, Amor e Fantasia
de Luigi Comencini
Itália, 1953 - 90 min
21/07/2021, 18h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Cinema Italiano, Lado B.

Mafioso
O Emissário da Mafia
de Alberto Lattuada
Itália, 1962 - 103 min
19/07/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Italiano, Lado B.
Peccato Che Sia una Canaglia
Que Pena Seres Vigarista!
de Alessandro Blasetti
com Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Vittorio de Sica
Itália, 1954 - 91 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O primeiro encontro de Sophia Loren com Marcello Mastroianni, e logo um dos mais irresistíveis, pois tornou-se um dos grandes êxitos comerciais do cinema italiano, o que levou à reunião do par uma série de vezes. Aqui, Sophia Loren é uma vigarista que atua em cumplicidade com De Sica. Um dia, os dois levam um taxista (Marcello) “à certa”. Mais tarde este encontra-os de novo e quer forçá-los a devolver o que roubaram. Mas, entretanto, apaixona-se pela capitosa vigarista. O filme não é exibido na Cinemateca desde 2010.  A apresentar em cópia digital.

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20/07/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Italiano, Lado B.
Film d’Amore e d’Anarchia
Filme de Amor e de Anarquia
de Lina Wertmüller
com Giancarlo Gianini, Mariangela Melato, Eros Pagni
Itália, 1973 - 124 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Quando um amigo é assassinado pelos fascistas, um proprietário rural melancólico (interpretado por Giancarlos Gianini, presença habitual nos filmes de Wertmüller) passa a residir num bordel romano. Ele e uma prostituta anarquista planeiam assassinar Mussolini. Um dos maiores sucessos da prolífica carreira de Lina Wertmüller, uma raras mulheres realizadoras cuja longevidade e importância no cinema de ficção italiano se podem medir contra as dos seus pares masculinos. Primeira apresentação na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

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20/07/2021, 18h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Italiano, Lado B.
Il Bell’Antonio
O Belo António
de Mauro Bolognini
com Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Pierre Brasseur
Itália, França, 1960 - 98 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Argumento de Pasolini, baseado num romance de Vitaliano Brancati. Um retrato satírico dos costumes da Sicília, com especial ênfase na sexualidade. História do casamento do “belo António” (Marcello Mastroianni) com Barbara (Claudia Cardinale), casamento que ele nunca consegue consumar, naquele que é, porventura, o melhor filme de Bolognini.

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21/07/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Italiano, Lado B.
Pane, Amore e Fantasia
Pão, Amor e Fantasia
de Luigi Comencini
com Vittorio De Sica, Gina Lollobrigida, Marisa Merlini, Virgílio Riento, Tina Pica
Itália, 1953 - 90 min
legendado eletronicamente em português | M/12
PANE, AMORE E FANTASIA foi um dos grandes sucessos de bilheteira do cinema italiano no começo da década de cinquenta, e é o filme que marca a transição do neorrealismo para a comédia popular que iria dominar nos anos seguintes e de que Luigi Comencini foi um dos especialistas. Uma comédia divertidíssima, onde o chefe dos carabinieri numa pequena aldeia italiana encontra uma bersagliera, que lhe vai pôr a cabeça à roda, a capitosa Gina Lollobrigida no filme que fez dela a maior das grandes estrelas italianas (ex-aequo com a sua rival Sophia Loren). 

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21/07/2021, 18h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Italiano, Lado B.
Mafioso
O Emissário da Mafia
de Alberto Lattuada
com Alberto Sordi, Norma Bengell, Gabriela Conti, Ugo Attanasio
Itália, 1962 - 103 min
legendado eletronicamente em eletronicamente em português | M/12
Marta e Antonio viajam com as filhas desde a moderna Milão até a uma Sicília parada no tempo e nos costumes para estar com a família. O embate é frontal e compõe o ramalhete satírico aligeirando a teia de contrastes. Um brilhante e surpreendente Lattuada, que lança uma luz sobre a constituição das famílias da Mafia e as ligações transatlânticas, das aldeias sicilianas originárias até à comoção das ruas nova-iorquinas. Toda a câmara à mão é elástica em volta das personagens e essa flexibilidade de movimentos que circundam os alvos faz com que possamos sentir as gotas do seu suor num verão quente em que um homem deve provar lealdade à la famiglia. Talvez um dos mais perfeitos exemplos do caldeirão neorrealista de comédia, crítica social e tragédia típica do cinema italiano do período, uma verdadeira jornada emocional aprimorada pela excelente interpretação de Alberto Sordi, capaz de vestir todas as peles e registos que a narrativa exige. Primeira apresentação na Cinemateca.

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