06/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens
“Nosferatu, o Vampiro”
de Friedrich Wilhelm Murnau
com Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schroeter, Alexandre Granach
Alemanha, 1922 - 84 min
mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português | M/12
acompanhado ao piano por João Paulo Esteves da Silva
“Quando chegou ao outro lado da ponte, os fantasmas vieram ao seu encontro.” Este célebre intertítulo de NOSFERATU, aliás apócrifo, abre as portas do cinema fantástico. A primeira e mais célebre adaptação do romance de Bram Stoker, Drácula, é uma das obras-primas máximas da história do cinema. “O sangue, o mar, a mulher. Em torno destas três imagens se articula a primeira das múltiplas adaptações para o cinema da célebre novela de Bram Stoker e do celebérrimo Conde Drácula”, escreveu João Bérnard da Costa. Nesta adaptação, em que Nosferatu é o “não morto” que espalha a peste e a morte, o pintor Albin Grau é o autor de cenários e guarda-roupa, o realizador dinamarquês Henrik Galeen assina o argumento, que Murnau filma em exteriores naturais com uma luz, sombras e paleta cromática (as tintagens e viragens da película a preto e branco) de inigualável fulgor.
09/09/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Im Auto Durch Zwei Welten
“De Automóvel pelo Mundo”
de Clärenore Stinnes, Carl-Axel Söderström
Alemanha, 1927-1931 - 60 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Clärenore Stinnes (1901-1990), corredora alemã de automóveis, e o operador de câmara sueco Carl-Axel Söderström percorreram mais de 46 mil quilómetros a bordo de um Adler Standard 6, numa viagem ao mundo com paragem em 23 países. Iniciada em maio de 1927 e concluída em junho de 1929, a aventura da primeira “circum-navegação do mundo em automóvel” foi patrocinada por empresas da mesma indústria. O resultado é “um protótipo de road movie”, narrado pela própria Clärenore Stinnes num elogio da viagem e do automóvel. O relato da viagem e respetivo itinerário, das suas dificuldades e perigos, é secundado pelo apelo exótico, impressões turísticas, apontamentos sobre a paisagem e os animais, monumentos culturais, os encontros com as pessoas ao longo do aventuroso trajeto. Uma rara incursão pioneira, pelo mundo e no cinema. Primeira exibição na Cinemateca.
09/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Sylvester oder Tragödie einer Nacht
A Noite de São Silvestre
de Lupu Pick
com Frieda Richard, Eugen Klöpfer, Edith Posca
Alemanha , 1923 - 51 min
mudo, sem intertítulos | M/12
acompanhado ao piano por Filipe Raposo
SYLVESTER é o exemplo acabado do Kammerspielfilm, o “cinema de câmara” alemão contemporâneo do que se convencionou chamar Expressionismo: numa declinação da matriz Kammerspiel do teatro de Max Reinhardt, tragédias modernas da vida quotidiana, centradas nos conflitos interiores das personagens, filmadas em cenários vulgares, respeitando as unidades de tempo, lugar e ação. É o que se passa em SYLVESTER, subintitulado “A Tragédia de uma Noite” e concentrado numa noite de fim de ano, em que um homem dá por si enredado no conflito entre a mãe e a mulher. O argumento do filme de Lupu Pick é de Carl Mayer, figura fundamental do cinema alemão da época, também argumentista de SCHERBEN (coescrito com Lupu Pick), CALIGARI de Wiene (coescrito com Hans Janowitz) ou BERLIN DIE SINFONIE DER GROSSTADT de Walter Ruttmann (coescrito com Karl Freund), e de vários Murnau. Como já sucedera em SCHERBEN (Pick, 1921), os intertítulos são abolidos no pressuposto de que o filme devia ser “um jogo de luz”. Todo o filme é um prodigioso jogo de luzes e sombras, de corpos e olhares, que refletem o que vai na alma dos protagonistas. A última apresentação na Cinemateca foi em 2006.
10/09/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Das Testament des Dr. Mabuse
O Testamento do Doutor Mabuse
de Fritz Lang
com Rudolf Klein-Rogge, Otto Wernicke, Oskar Beregi
Alemanha, 1933 - 108 min
legendado em português | M/12
Segundo filme sonoro de Fritz Lang e a sua última obra na Alemanha, antes da ascensão dos nazis ao poder, O TESTAMENTO DO DOUTOR MABUSE é uma verdadeira alegoria sobre o novo regime, que seria proibida por Goebbels logo após a tomada do poder pelos partidários de Hitler. Lang retoma a personagem que em DR. MABUSE DER SPIELER (1922) deixara num asilo de alienados, e retoma igualmente a do comissário de polícia de M. Através dos seus escritos, verdadeiro manual de terrorismo, um herdeiro de Mabuse dirige um regime de terror e crime a partir do hospital onde está internado. Obra-prima cinematográfica absoluta, O TESTAMENTO DO DR. MABUSE também é uma arrepiante e perene parábola sobre o Mal. “Hoje é impossível acreditar numa intenção antinazi explícita no TESTAMENTO. Mas não há filme que capte a perturbação do tempo com tanta lucidez. Não encontramos em nenhum outro lugar esta energia e esta invenção a todo o momento, ligadas a uma perceção do contemporâneo” (Bernard Eisenschitz).
11/09/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Im Auto Durch Zwei Welten
“De Automóvel pelo Mundo”
de Clärenore Stinnes, Carl-Axel Söderström
Alemanha, 1927-1931 - 60 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Clärenore Stinnes (1901-1990), corredora alemã de automóveis, e o operador de câmara sueco Carl-Axel Söderström percorreram mais de 46 mil quilómetros a bordo de um Adler Standard 6, numa viagem ao mundo com paragem em 23 países. Iniciada em maio de 1927 e concluída em junho de 1929, a aventura da primeira “circum-navegação do mundo em automóvel” foi patrocinada por empresas da mesma indústria. O resultado é “um protótipo de road movie”, narrado pela própria Clärenore Stinnes num elogio da viagem e do automóvel. O relato da viagem e respetivo itinerário, das suas dificuldades e perigos, é secundado pelo apelo exótico, impressões turísticas, apontamentos sobre a paisagem e os animais, monumentos culturais, os encontros com as pessoas ao longo do aventuroso trajeto. Uma rara incursão pioneira, pelo mundo e no cinema. Primeira exibição na Cinemateca.