20/03/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
O Cantor e a Bailarina
de Armando de Miranda
com Nancy Rinaldi, Domingos Marques, Otell Dilalia Zeloni, Manuel Dantos Carvalho, Leónia Mendes
Portugal, 1960 - 97 min | M/12
Realizador muito ativo em toda a década de quarenta, Armando de Miranda ficou para sempre associado ao grande sucesso popular de CAPAS NEGRAS (1947), que grandemente deveu (ou, para muitos, “tudo” deveu…) a Amália e ao momento especialíssimo que atravessava a sua carreira. Poucos anos depois disso, e mesmo se entretanto tinha assinado mais três “longas”, o seu percurso interrompia-se e Miranda instalava-se no Brasil, sem estrear qualquer filme na década seguinte. Foi de lá, então, que regressou pontualmente para rodar esta comédia musical de alguma ambição, muito feita, aliás, a pensar nos trunfos que trazia desse país e na vontade de seduzir o seu mercado. Mais do que numa qualquer mínima sofisticação narrativa, o romance do cantor (português) e da bailarina (brasileira) apostava no modo como eram fotografadas as paisagens urbanas dos dois lados do Atlântico (com tomadas de vista no Rio e em São Paulo), na mistura de atores e nos cruzamentos entre os dois universos musicais. Por aqui, exibido num tempo de transição (a viragem dos anos cinquenta para os anos sessenta do cinema português) depressa se perdeu o seu rasto, pelo que, de novo, surge a pergunta: o que nele podemos ver hoje? Primeira exibição na Cinemateca.