Depois de em dezembro passado Boris Lehman ter sido Realizador Convidado da Cinemateca, com uma retrospetiva parcial da sua obra, chegou o momento de lançar o caderno dedicado ao seu cinema. Incluída na iniciativa editorial “Cadernos da Cinemateca”, poderíamos dizer que esta edição é uma longa conversa com Boris Lehman, com vários
takes, e muitos interlocutores. Aproveitamos a ocasião para exibir um dos primeiros filmes de Boris Lehman, que é um dos monumentos mais portentosos da sua obra, onde já se concentram os movimentos mais fortes do seu cinema: filme enorme (em mais do que um sentido) que fez sobre um pequeno bairro de Bruxelas, em que essa enormidade está paradoxalmente na atenção ao minúsculo e ao detalhe. Sobre o filme, diz Boris no caderno que vamos agora lançar: “o documentário que fiz sobre o bairro do Béguinage foi concebido como uma espécie de enciclopédia, um pequeno mundo, um microcosmo, com tudo o que existe numa cidade ou num mundo. Pode dizer-se que é “Perecquiano”. Creio que não conhecia Perec nessa altura, mas isso não importa. É o processo. Tentar obter um todo. O todo é como a perfeição, é impossível, mas é uma obsessão (…) serão sempre pedacinhos e pedacinhos que juntamos uns aos outros.” Primeira apresentação na Cinemateca. A exibir em cópia digital.
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