20/12/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O primeiro Ciclo dedicado a Kenji Mizoguchi – “Filmes de Mizoguchi” – foi realizado na Cinemateca em 1988, ano em que foi possível incorporar na nossa coleção novas cópias de AKASEN CHITAI e de YOKIHI, divulgadas na ocasião. Mas AKASEN CHITAI, enquanto derradeiro filme de Mizoguchi, que morreu aos 58 anos, poucos meses depois da sua estreia, foi também um dos marcos de um Ciclo muito diferente, no qual interrogávamos precisamente a questão recorrente da natureza mais ou menos “testamental” das obras finais dos grandes autores (“O Topus Ilumina o Opus?”, em 1990). Se uma casa de família tiver muitas mulheres, será que se pode dizer que é, em certa medida, uma casa de meninas? Não responda! Venha antes ver este filme que Mizoguchi fez com aquela idade em que se pode dizer que a fama já vem de longe. Ou seja, se em qualquer idade se podem fazer perguntas, só com certa idade se encontram as respostas. Uma ajuda: é sem vergonha o filme de uma casa e é sem vergonha um retrato idealizado.
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