CICLO
Com a Linha de Sombra


Este mês assinala-se a publicação de mais um catálogo de autor da coleção que a Cinemateca vem dedicando aos cineastas portugueses, desta feita sobre a filmografia de José Nascimento, realizador cuja obra foi retrospetiva no passado mês de outubro num Ciclo igualmente intitulado "José Nascimento: Nem Verdade, Nem Mentira". A edição inclui ensaios originais de Ricardo Vieira Lisboa, também organizador do livro, e do escritor António Cabrita, assim como republicações de textos e reportagens de António Roma Torres, Laurinda Alves, Francisco Ferreira, Luís Miguel Oliveira, Maria João Madeira e Vanessa Rato. Além desses, conta igualmente com uma extensa entrevista com o realizador, vários documentos de trabalho, projetos de filmes não realizados, desenhos preparatórios de Ana Pissarra, e perto de duas dezenas de testemunhos de colegas e amigos que trabalharam com José Nascimento ao longo de uma carreira que tem já mais de cinco décadas. A propósito do lançamento deste catálogo, que acontecerá no dia 29, às 17h30, apresenta-se REPÓRTER X na recém-concluída nova cópia digital restaurada do filme. Também em novembro se faz a apresentação de
O Cinema das Palavras: Entrevistas À Pala de Walsh, a mais recente publicação do website cinéfilo que, em 2022, apresentou na Cinemateca o Ciclo “10 anos ‘À pala’”. Trata-se do segundo livro deste coletivo, depois de O Cinema Não Morreu: Crítica e Cinefilia À Pala de Walsh (publicado em 2017). Este novo livro, mais uma vez publicado pela Linha de Sombra, apresenta uma seleção de entrevistas realizadas pelos críticos do coletivo ao longo de mais de uma década de atividade. Com prefácio de Pedro Mexia, o livro inclui entrevistas – algumas delas inéditas – a cineastas internacionais (como os Irmãos Safdie, Apichatpong Weerasethakul, Ryûsuke Hamaguchi e Mia Hansen-Løve), a figuras nacionais (como Miguel Gomes, Vasco Pimentel, Rita Azevedo Gomes), mas também a críticos e pensadores de cinema como Adrian Martin, Alain Bergala, Mark Cousins ou Sylvie Pierre. O lançamento acontecerá no dia 30, às 17h30, e contará com a presença dos editores e de Pedro Mexia, seguindo-se a apresentação de JACQUES RIVETTE, LE VEILLEUR – 1. LE JOUR / 2. LA NUIT, um filme sobre o gosto pela conversa cinéfila, onde Jacques Rivette é entrevistado por Serge Daney, a quem o livro é dedicado.
 
 
29/11/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Com a Linha de Sombra

Repórter X | Rodagens Repórter X
 
30/11/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Com a Linha de Sombra

Jacques Rivette, Le Veilleur – 1. Le Jour / 2. La Nuit
de Claire Denis, Serge Daney
França, 1990 - 124 min
11/12/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Com a Linha de Sombra

Det Sjünde Inseglet
O Sétimo Selo
de Ingmar Bergman
Suécia, 1959 - 90 min
29/11/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Com a Linha de Sombra
Repórter X | Rodagens Repórter X
REPÓRTER X
de José Nascimento
com Joaquim de Almeida, Paula Guedes, Mário Viegas, Jorge Silva Melo, Suzana Borges, Eunice Muñoz, Fernando Heitor, Marcello Urgeghe, Teresa Roby, Rui Reininho, José Wallenstein, Pedro Cabrita Reis
Portugal, 1986 – 102 min

RODAGENS REPÓRTER X
de Edgar Pêra
Portugal, 1985-2024 – 13 min

duração total da projeção: 115 min | M/12

REPÓRTER X inspira-se na personagem e nas ficções rocambolescas do popular “Repórter X”, Reinaldo Ferreira, figura mítica do jornalismo português dos anos 1920 cuja vida e obra descreve os nossos “loucos anos 20”. Fiel ao espírito da vida e obra de Reinaldo Ferreira, Nascimento realiza um filme marcado pelo policial e pelo mistério, seguindo o estilo folhetinesco do jornalista. O ambiente de REPÓRTER X, noturno e fantasista, recria o imaginário conturbado do entre guerras (com a ascensão dos fascismos) à luz da Lisboa cosmopolita dos anos 1980 – a Lisboa do Frágil. A sessão culmina com a apresentação de um conjunto de imagens inéditas filmadas em vídeo por Edgar Pêra durante a rodagem de REPÓRTER X.
Pêra fora aluno de Nascimento no Conservatório de Cinema e tivera em REPÓRTER X um dos seus primeiros trabalhos em cinema, como anotador. Este making of é um retrato observacional dos modos de trabalho da produção de cinema em Portugal e, em particular, da direção de José Nascimento. Um documento precioso. REPÓRTER X é apresentado em nova cópia digital produzida no âmbito do PRR.


consulte a FOLHA da CINEMATECA aqui
30/11/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Com a Linha de Sombra
Jacques Rivette, Le Veilleur – 1. Le Jour / 2. La Nuit
de Claire Denis, Serge Daney
com Jacques Rivette, Serge Daney, Bulle Ogier, Jean-François Stévenin, Jean Babilée
França, 1990 - 124 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Realizado para a série Cinéma de Notre Temps (reencarnação moderna da lendária Cinéastes de Notre Temps dos anos 60), LE VEILLEUR é um dos poucos filmes feitos em torno da figura de Jacques Rivette. Destinado à televisão, tornou-se um filme muito raramente visto. Estrutura-se numa série de conversas (em cafés e diversos locais de Paris) entre Rivette e Serge Daney. Na verdade, Rivette já tinha assinado um episódio da série, dedicado a Jean Renoir, e, portanto, estava na hora de “passar a ser sujeito de outro cineasta” (como lembrou o produtor André S. Labarthe). Foi Rivette quem sugeriu Daney (a cujas questões responde em entrevista, onde para além de cinema – dos filmes, dos cineastas de eleição, de Bazin, dos Cahiers –, se fala também de pintura) e depois surgiu Claire Denis, que já fora assistente de Rivette em OUT 1, naquele que foi o seu primeiro trabalho depois da escola de cinema. É um retrato em duas partes já que Rivette é “um cineasta da alternância do dia e da noite, do cão e do lobo: um velador da noite em pleno dia, velando o tempo concedido a todos e no espaço – Paris – que a ninguém pertence” (Serge Daney).

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11/12/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Com a Linha de Sombra
Det Sjünde Inseglet
O Sétimo Selo
de Ingmar Bergman
com Max von Sydow, Bengt Ekerot, Bibi Andersson, Gunnar Björnstrand, Nils Poppe
Suécia, 1959 - 90 min
legendado em português | M/12
sessão apresentada por Raquel Nobre Guerra
Um dos filmes mais célebres de Bergman, que lhe trouxe o definitivo reconhecimento internacional. Bergman aborda de modo alegórico temas, como o da morte e o do sentido das coisas, que retomou de modo mais direto noutros filmes. No século XIV, durante uma epidemia de peste, um cavaleiro joga xadrez com a morte. O homem quer saber, já não quer acreditar sem ter dúvidas. Mas a morte não sabe o que há para além da morte, pois ela é apenas a morte. As imagens a preto e branco são das mais belas de toda a obra de Bergman. A exibir em cópia digital.