CICLO
O Dia Mais Curto


O FILMar, projeto de digitalização do património fílmico desenvolvido pela Cinemateca Portuguesa, volta a celebrar o dia mais curto do ano com a Agência da Curta-metragem com um programa especial que junta novas digitalizações realizadas com o apoio do Mecanismo Financeiro Europeu EEA Grants 2020-2024 e criações contemporâneas que colocam em perspetiva a relação do cinema com o mar. Ao longo destes três anos, pudemos interpretar os diferentes sentidos que os autores nacionais quiseram dar à presença do mar no imaginário cinematográfico coletivo, com filmes onde a narrativa oficial de um país trágica e epicamente destinado ao mar foi amplamente desconstruída. Os 20 filmes apresentados nas edições 2021, 2022 e 2023 (acrescentados às cerca de 50 que mostrámos nas nossas salas), inventariam uma relação de permanente diálogo contrastante, onde às políticas de propaganda institucional e política se responde com a exemplificação das consequências de um discurso manietado e oficial. Procurámos demonstrar linhas de continuidade geográfica e temática, criando pontes e espelhos entre os filmes de arquivo e o cinema contemporâneo. O principal legado do FILMar, que encerrará no final de abril de 2024, será o efetivo contributo para a visibilidade e acessibilidade das curtas-metragens como elemento central de uma produção cinematográfica regular, poderosa e ampla.
 
 
21/12/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Dia Mais Curto

As Gaivotas Cortam o Céu | As Palavras Derretem-se na Água | Sal Sem Mar | Sobre a Terra e Sobre o Mar | São Miguel 1924 – Um Filme de Família | Comezainas
duração total da projeção: 79 min | M/12
 
21/12/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Dia Mais Curto

O FILMar com a Agência da Curta-Metragem
As Gaivotas Cortam o Céu | As Palavras Derretem-se na Água | Sal Sem Mar | Sobre a Terra e Sobre o Mar | São Miguel 1924 – Um Filme de Família | Comezainas
duração total da projeção: 79 min | M/12
Com acompanhamento ao piano por Filipe Raposo nos filmes SÂO MIGUEL 1924 e COMEZAINAS

Com a presença dos realizadores
AS GAIVOTAS CORTAM O CÉU
de Mariana Bártolo, Guillermo García López
Portugal, França, 2023 – 19 min / legendado em português

AS PALAVRAS DERRETEM-SE NA ÁGUA
de Pedro Senna Nunes
Portugal, 1998 – 12 min

SAL SEM MAR
de Fernando Duarte
Portugal, 1959 – 15 min

SOBRE A TERRA E SOBRE O MAR
de Miguel Spiguel
Portugal, 1964 - 13 min

SÃO MIGUEL 1924 – UM FILME DE FAMÍLIA
de Charles Mallet
Portugal, 1924 – 7 min / intertítulos em português

COMEZAINAS
de Mafalda Salgueiro
Portugal, 2022 - 12 min

Nesta sessão, apresentamos ficções (AS GAIVOTAS CORTAM O CÉU, AS PALAVRAS DERRETEM-SE NA ÁGUA, COMEZAINAS) onde os contextos familiares encontram pontos de fuga nas relações laborais, tanto quanto o cinema se dedica a inventar uma memória fixa para as emoções. Do mesmo modo, os documentários SAL SEM MAR, SOBRE A TERRA E SOBRE O MAR e SÃO MIGUEL 1924 são, também eles, exemplos de como a memória dos lugares, das práticas sociais e da habitabilidade, encontraram no cinema, mesmo quando se trata de encomenda institucional, matéria sobre a qual podemos, hoje, analisar a paisagem política e emocional do país. São seis filmes que traçam quase um século de cinema, entre 1924 a 2023 tendo como ponto em comum um desejo de experimentar, através da imagem, os limites das narrativas. Sustentados na inventividade dramatúrgica e visual, os seis filmes usam o cinema como mecanismo de observação da transformação provocada, e promovida, pela passagem do tempo. Desse modo, é também a paisagem laboral e familiar, medida à escala da memória, da nostalgia ou da expectativa que podemos observar, em filmes onde as práticas piscatórias e a sua industrialização dialogam com a construção de um território mais vasto, onde as personagens erram e vagueiam, muitas vezes procurando nas referências comuns e coletivas um reflexo de si mesmas. Todos os filmes têm a sua primeira exibição na Cinemateca, sendo os filmes de arquivo apresentados em nova cópia digital. A sessão tem o apoio do programa EEA Grants 2020-2024.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui