CICLO
De se Tirar o Chapéu


O  chapéu – peça de indumentária que hoje em dia, para todos os efeitos, já não é que era (o que foi) - teve na história do cinema (e continua a ter pelo menos nos chamados filmes de época) uma relevância muito particular que acompanha também o lugar dele na história da moda, sendo indissociável de algumas das mais famosas personagens e intérpretes da Sétima Arte. Chaplin não seria Charlot sem o chapéu de coco, Harpo Marx é indissociável do dele.
É impossível imaginar o western ou o film noir sem ele. O chapéu, para lá do impacto visual que tem na caracterização das personagens, tem, sobretudo nestes dois géneros, uma forte componente dramática. Humphrey Bogart ou John Wayne (independentemente do filme) pareceriam nus sem um. O mesmo se pode dizer de Indiana Jones.
Mas nem só de homens (duros ou cómicos) vive o chapéu. Esse “adereço” foi também uma peça fundamental do vestuário do sexo que – no tempo em que se usavam chapéus – se denominava de fraco: sem ele Audrey Hepburn não seria tão “fair lady” e Bette Davis não seria a raposa que foi.
Num programa sobre o lugar do chapéu no cinema também não podia, claro, faltar o musical. Aqui ilustrado por Fred Astaire e Carmen Miranda em dois memoráveis filmes em que o(s) chapéu(s) são também inesquecíveis. Noutros registos, também o são os chapéus de A LARANJA MECÂNICA ou os de CHARLIE AND THE CHOCOLATE FACTORY.
Escolhemos também filmes em que chapéu tem um papel central na história, como UN CHAPEAU DE PAILLE D’ITALIE ou MILLER’S CROSSING. E também filmes em que o chapéu é a causa de “tiradas” ou diálogos memoráveis: WITNESS FOR THE PROSECUTION, SMOKEY AND THE BANDIT ou A CANÇÃO DE LISBOA.
Mas para estabelecer um Ciclo sobre um tema tão abrangente como este, as escolhas são necessariamente isso mesmo, escolhas feitas ao sabor da memória e da predileção cinéfila de quem o programa. Ao escolher estes filmes deixámos forçosamente de fora muitos outros, que outros olhos ou outras lembranças poderiam considerar como imprescindíveis. Afinal há tantos, tantos chapéus… quase tantos como filmes.
 
 
11/08/2022, 21h45 | Esplanada
Ciclo De se Tirar o Chapéu

Les Parapluies de Cherbourg
Os Chapéus-de-Chuva de Cherburgo
de Jacques Demy
França, 1963 - 90 min
 
12/08/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo De se Tirar o Chapéu

Borsalino
Borsalino
de Jacques Deray
França, 1970 - 124 min
13/08/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo De se Tirar o Chapéu

The Kid
O Garoto de Charlot
de Charles Chaplin
Estados Unidos, 1921 - 53 min
13/08/2022, 21h30 | Esplanada
Ciclo De se Tirar o Chapéu

My Fair Lady
Minha Linda Lady
de George Cukor
Estados Unidos, 1964 - 173 min
16/08/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo De se Tirar o Chapéu

A Clockwork Orange
Laranja Mecânica
de Stanley Kubrick
Reino Unido, 1971 - 136 min
11/08/2022, 21h45 | Esplanada
De se Tirar o Chapéu
Les Parapluies de Cherbourg
Os Chapéus-de-Chuva de Cherburgo
de Jacques Demy
com Catherine Deneuve, Nino Castelnuovo, Anne Vernon, Marc Michel
França, 1963 - 90 min
legendado em português | M/12
Talvez a obra mais célebre de Jacques Demy e o filme que fez de Catherine Deneuve uma vedeta. Numa triste cidade do litoral atlântico francês, uma jovem fica grávida e o namorado parte para a Guerra da Argélia. Ela acabará por casar com outro homem… Demy conta esta história de amores frustrados num filme totalmente cantado do primeiro ao último minuto, o que transforma a banal história num drama comovente. A música deste filme “em cantado” é de Michel Legrand.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui

 
12/08/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
De se Tirar o Chapéu
Borsalino
Borsalino
de Jacques Deray
com Jean-Paul Belmondo, Alain Delon, Catherine Rouvel
França, 1970 - 124 min
legendado eletronicamente em português | M/12
BORSALINO permanece o único filme que pôs a contracenar as duas maiores vedetas francesas masculinas pós-Nouvelle Vague, Jean-Paul Belmondo e Alain Delon. Interpretam dois rufias que se tornam amigos e parceiros no crime em Marselha dos anos 30. O filme, que foi um dos maiores êxitos de bilheteira do cinema francês, teve uma sequela em 1974, BORSALINO & CO, também realizada por Jacques Deray e interpretada por Alain Delon (mas já sem Belmondo). Primeira exibição na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
13/08/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
De se Tirar o Chapéu
The Kid
O Garoto de Charlot
de Charles Chaplin
com Charles Chaplin, Jackie Coogan, Edna Purviance, Charles Reisner, Lita Grey
Estados Unidos, 1921 - 53 min
mudo com intertítulos em francês e legendas eletrónicas em português | M/6
Primeira longa-metragem de Chaplin, mistura de burlesco e “pathos” (o sonho do paraíso, a criança abandonada) que revelou Jackie Coogan e lançou a moda dos “meninos-prodígios”. O filme de Chaplin que David Robinson, talvez o maior especialista mundial na sua obra, prefere. A exibir em cópia digital.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui

 
13/08/2022, 21h30 | Esplanada
De se Tirar o Chapéu
My Fair Lady
Minha Linda Lady
de George Cukor
com Audrey Hepburn, Rex Harrison, Wilfrid Hyde White, Stanley Holloway, Gladys Cooper, Jeremy Brett
Estados Unidos, 1964 - 173 min
legendado em português | M/6
O último grande musical de Hollywood traz a assinatura de George Cukor. MY FAIR LADY é a adaptação do espetáculo que foi um dos maiores sucessos da Broadway e foi o maior êxito comercial da carreira de Cukor. O ponto de partida é a peça de Bernard Shaw, Pigmalião. Entre os vários Oscars conquistados, os de melhor filme, melhor realização, melhor ator para Rex Harrison. A exibir em cópia digital.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
 
16/08/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
De se Tirar o Chapéu
A Clockwork Orange
Laranja Mecânica
de Stanley Kubrick
com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Adrienne Corri
Reino Unido, 1971 - 136 min
legendado em português | M/16
A impressiva adaptação do romance de Anthony Burgess por Kubrick tem por pano de fundo uma sociedade de um futuro “próximo” (talvez não muito diferente da de hoje), onde gangues de adolescentes dão largas aos seus instintos e brutalidade em cenários estilizados, ao som de Beethoven e de Singin’ in the Rain. O filme foi muito cortado pela censura em vários países. Entretanto, conquistou um estatuto de culto. Esta parábola política tem imagens ultratípicas da estética dos anos setenta e uma fabulosa interpretação de Malcolm McDowell no papel principal.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui