CICLO
In Memoriam Jacques Perrin


Jacques Perrin (1941-2022) atingiu a eternidade cinematográfica aos vinte e cinco anos quando interpretou o marinheiro Maxence, principal personagem masculino de LES PARAPLUIES DE CHERBOURG (1966), de Jacques Demy. Cinco anos depois voltaria a trabalhar com Demy no papel do príncipe encantado em PEAU D’ÂNE. Mas o percurso de Perrin é extremamente variado e ele não se fixou num tipo específico de cinema, nem quis fazer apenas papéis de galã sorridente. Nascido em Paris, filho de um “ponto” da Comédie Française e de uma atriz, Perrin estreou-se no cinema com apenas cinco anos pela mão de Marcel Carné, numa figuração em LES PORTES DE LA NUIT e voltaria a figurar num filme de Carné (LES TRICHEURS) em 1958. Mas foi em Itália que Perrin interpretou os papéis que chamariam realmente a atenção sobre a sua pessoa, provando que era mais do que um rapaz bonito: LA RAGAZZA CON LA VALIGIA (1961) e CRONACA FAMILIARE (1962), ambos de Valerio Zurlini. Seguiu--se então uma carreira ininterrupta, em França e em Itália, com filmes extremamente variados, obras íntimas e grandes produções, entre os quais podemos citar, no primeiro caso, L’ÉCUME DES JOURS (Charles Belmont) e L’ÉTRANGLEUR (Paul Vecchiali) e, no segundo, LA 317ème DIVISION (Pierre Schoendoerffer) e IL DESERTO DEI TARTARI (Valerio Zurlini). Em 1968, Perrin fundou a sua empresa de produção, para participar de Z, de Costa-Gavras, em que tem um papel e a partir de então a sua atividade de produtor foi tão importante quanto a de ator, somando mais de cinquenta títulos, entre ficções e documentários. A partir dos anos 2000, Perrin tornou-se também realizador de documentários sobre a natureza que alcançaram grande sucesso. A sua última aparição no cinema foi em GOLIATH, de Frédéric Tellier, no corrente ano. Prestamos-lhe homenagem com a apresentação de alguns dos seus filmes mais célebres como ator (LA RAGAZZA CON LA VALIGIA; IL DESERTO DEI TARTARI; LES DEMOISELLES DE ROCHEFORT), mas também com Z, fruto do seu empenhamento político e filmes menos vistos, como o de Margarethe von Trotta, e ainda com dois dos seus últimos documentários (estes a apresentar no âmbito da rubrica Sábados em Família da Cinemateca Júnior).
 
 
15/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo In Memoriam Jacques Perrin

La Ligne de Démarcation
A Linha de Demarcação
de Claude Chabrol
França, 1966 - 121 min
 
19/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo In Memoriam Jacques Perrin

La Ligne de Démarcation
A Linha de Demarcação
de Claude Chabrol
França, 1966 - 121 min
20/07/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo In Memoriam Jacques Perrin

Les Demoiselles de Rochefort
As Donzelas de Rochefort
de Jacques Demy
França, 1966 - 125 min
20/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo In Memoriam Jacques Perrin

La Corruzione
Corrupção
de Mauro Bolognini
Itália, 1963 - 83 min
22/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo In Memoriam Jacques Perrin

Z
Z – A Orgia do Poder
de Costa-Gavras
França, Argélia, 1969 - 122 min
15/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
In Memoriam Jacques Perrin
La Ligne de Démarcation
A Linha de Demarcação
de Claude Chabrol
com Jean Seberg, Maurice Ronet, Jacques Perrin, Stéphane Audran
França, 1966 - 121 min
legendado eletronicamente em português | M/12
LA LIGNE DE DÉMARCATION foi feito num período em que Chabrol hesitava entre filmes que parodiavam a série B (MARIE-CHANTAL CONTRE LE DR KHÂ) e obras sérias, como LE SCANDALE. Filmado num magnífico preto e branco, LA LIGNE DE DÉMARCATION faz parte destas tentativas “sérias”. A ação tem lugar em 1941 numa aldeia que fica precisamente na fronteira entre a França ocupada pela Alemanha nazi e a zona dita “livre”. Por esta linha de demarcação, estritamente traçada, passam resistentes e refugiados judeus. Um filme relativamente à parte na filmografia do realizador e que só foi projetado uma vez na Cinemateca, no longínquo ano de 1987, por ocasião de uma retrospetiva integral de Claude Chabrol, com a sua presença.

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19/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
In Memoriam Jacques Perrin
La Ligne de Démarcation
A Linha de Demarcação
de Claude Chabrol
com Jean Seberg, Maurice Ronet, Jacques Perrin, Stéphane Audran
França, 1966 - 121 min
legendado eletronicamente em português | M/12
LA LIGNE DE DÉMARCATION foi feito num período em que Chabrol hesitava entre filmes que parodiavam a série B (MARIE-CHANTAL CONTRE LE DR KHÂ) e obras sérias, como LE SCANDALE. Filmado num magnífico preto e branco, LA LIGNE DE DÉMARCATION faz parte destas tentativas “sérias”. A ação tem lugar em 1941 numa aldeia que fica precisamente na fronteira entre a França ocupada pela Alemanha nazi e a zona dita “livre”. Por esta linha de demarcação, estritamente traçada, passam resistentes e refugiados judeus. Um filme relativamente à parte na filmografia do realizador e que só foi projetado uma vez na Cinemateca, no longínquo ano de 1987, por ocasião de uma retrospetiva integral de Claude Chabrol, com a sua presença.

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20/07/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
In Memoriam Jacques Perrin
Les Demoiselles de Rochefort
As Donzelas de Rochefort
de Jacques Demy
com Catherine Deneuve, Françoise Dorléac, Danielle Darrieux, Jacques Perrin, Michel Piccoli, Gene Kelly
França, 1966 - 125 min
legendado eletronicamente em português | M/6
No fabuloso cinema “en-cantado” de Jacques Demy, há muitas obras mágicas, que tocam o maravilhoso e uma justeza limite. Dentre elas, não haverá nenhuma que seja tão jubilatória como esta. Filmado em Cinemascope e a cores, LES DEMOISELLES DE ROCHEFORT é porventura a obra-prima do cinema musical de Demy, de novo com música de Michel Legrand depois de LES PARAPLUIES DE CHERBOURG. O filme presta uma grande homenagem ao musical americano (contando mesmo com a presença de Gene Kelly) e ilustra simultaneamente a mitologia e os temas centrais da obra do cineasta, a procura do amor sob diversas formas, do mais idealista ao mais violento. Todo o filme decorre num tom eufórico e todas as personagens encontram ou reencontram aquilo que procuravam. Duas horas de felicidade cinematográfica.

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20/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
In Memoriam Jacques Perrin
La Corruzione
Corrupção
de Mauro Bolognini
com Jacques Perrin, Alain Cuny, Rosanna Schiaffino
Itália, 1963 - 83 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Na continuação das perspetivas éticas e sociais que o cinema de Mauro Bolognini adquiriu após a sua colaboração com Pasolini, LA CORRUZIONE situa a sua história nas relações da moralidade com a espiritualidade. Jacques Perrin encarna um jovem idealista que, após sair do internato com o objetivo de se tornar padre, vê a sua realidade confrontada com o desejo do pai, um importante editor milanês, que quer que o filho lhe suceda à frente dos seus negócios. Primeira apresentação na Cinemateca.

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22/07/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
In Memoriam Jacques Perrin
Z
Z – A Orgia do Poder
de Costa-Gavras
com Yves Montand, Irene Papas, Jean-Louis Trintignant
França, Argélia, 1969 - 122 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Seguindo a história de uma investigação judicial após o assassinato de um deputado, vagamente inspirada no assassinato do ativista grego Gregoris Lambrakis em 1963 e no golpe de Estado dos coronéis na Grécia em 67, com argumento de Jorge Semprún (a partir de um romance de Vasilis Vasilicós), o thriller político de Costa--Gavras causou sensação em finais dessa década, sendo porventura o seu mais conhecido filme. Z é uma obra maior, também indissociável da música de Mikis Theodorakis e da fotografia de Raoul Coutard. Foi a propósito deste filme que Costa-Gavras falou de Coutard como um diretor de fotografia que esculpia os tons e as cores.

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