CICLO
Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]


Nesta segunda parte da nossa revisão do cinema de ficção científica dedicamo-nos à sua “era moderna”, aquela que se seguiu ao impacto de um filme tão crucial para o género como foi o 2001: A SPACE ODYSSEY de Stanley Kubrick. Tempos, também, em que a evolução tecnológica permitia realizar muitas das fantasias projetadas pela ficção científica ao longo dos tempos, e fazer chegar astronautas à lua. No dealbar da década de 1970, o género estava, forçosamente, diferente do que fora até então. E se desde aí, acompanhando a evolução das técnicas de efeitos especiais, se realizaram algumas das maiores, mais espetaculares e mais lucrativas entradas no género da ficção científica (consagrando a sua passagem da série B à primeira e mais expansiva linha de produção, sobretudo, e como é evidente, no caso do cinema hollywoodiano), não é menos verdade que este período também configura a transformação da ficção científica numa espécie de “léxico”, que serviu a vários autores para explorações de universos e temáticas pessoais que, em muitos casos, prolongam os universos e as temáticas que sempre exploraram, independentemente do género em que se inseriram (e se uma das “regras” que nos autoimpusemos para selecionar os filmes do programa foi a preocupação de não repetir autores, é interessante ver como, na maior parte dos casos, os realizadores constantes no programa fizeram muito poucas, e alguns apenas uma, incursões no género). Poderíamos ter ido sobretudo para o espetáculo da ficção científica, as grandes sagas como a de STAR WARS (mas porquê, se mesmo para o caso de George Lucas há o belíssimo THX 1138?), estabelecer um cânone para a época moderna do género. Preferimos ir à volta disso, e propor um percurso que assinale a forma como, na grande indústria ou na margem dela, a “fc” moderna se constituiu num instrumento, ou num conjunto de instrumentos, para um “discurso de autor”.
 
 
25/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]

Strange Days
Estranhos Prazeres
de Kathryn Bigelow
Estados Unidos, 1995 - 145 min
 
25/07/2022, 21h45 | Esplanada
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]

Melancholia
Melancolia
de Lars von Trier
Dinamarca, 2011 - 135 min
26/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]

Contact
Contacto
de Robert Zemeckis
Estados Unidos, 1997 - 150 min
26/07/2022, 21h45 | Esplanada
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]

High Life
High Life
de Claire Denis
França, Estados Unidos, 2018 - 113 min
27/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]

Starship Troopers
Soldados do Universo
de Paul Verhoeven
Estados Unidos, 1997 - 130 min
25/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
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Strange Days
Estranhos Prazeres
de Kathryn Bigelow
com Ralph Fiennes, Angela Bassett, Juliette Lewis, Tom Sizemore, Vincent D’Onofrio
Estados Unidos, 1995 - 145 min
legendado em português | M/16
Um dos grandes filmes de ficção científica da década de 90, mal recebido na estreia, mas já transformado em “filme-culto”. Uma experiência radical em “realidade virtual” com os personagens “viciados” em “memórias” de “experiências” reais, cada vez mais extremas, que vão até ao crime. Um dos filmes visualmente mais estimulantes da década.

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25/07/2022, 21h45 | Esplanada
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Melancholia
Melancolia
de Lars von Trier
com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland
Dinamarca, 2011 - 135 min
legendado em português | M/16
Certamente um dos melhores filmes de Lars von Trier, realizador com tendência a perder-se no seu gosto, quase auto-sabotador, pela provocação. Um enorme asteróide, que os astrónomos baptizaram como Melancolia, está em vias de colidir com a Terra num desastre potencialmente devastador, e essa é a sombra que paira sobre um “estudo de personagens” (femininas, sobretudo: as de Dunst e de Gainsbourg) que tem mais a ver com a literatura (dos clássicos russos a Proust) do que com a tradição da FC, e onde estão os momentos mais singela e modestamente belos da obra do realizador dinamarquês. O grande crítico francês Jean Douchet era um admirador deste filme. Primeira apresentação na Cinemateca.

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26/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]
Contact
Contacto
de Robert Zemeckis
com Jodie Foster, Matthew McConaughey, James Woods, John Hurt, Tom Skerritt, Angela Bassett, Rob Lowe
Estados Unidos, 1997 - 150 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Uma grande produção de ficção científica a partir do célebre romance homónimo de Carl Sagan. Jodie Foster protagoniza a história da cientista que reconhece provas da existência extraterrestre e é escolhida para estabelecer contacto.

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26/07/2022, 21h45 | Esplanada
Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]
High Life
High Life
de Claire Denis
com Juliette Binoche, Robert Pattinson, Mia Goth
França, Estados Unidos, 2018 - 113 min
legendado em português | M/16
O primeiro filme em língua inglesa da francesa Claire Denis, e uma singular incursão pelos universos e formas da ficção científica. Uma nave espacial, com uma tripulação de criminosos que se voluntariaram para a experiência, é enviada em direção a um buraco negro, para averiguar os efeitos da anti-matéria sobre os organismos humanos. Mas, para Denis, o que importa é a viagem, a coexistência das personagens, o isolamento, e a relação com os (soberbos) décores do interior da nave espacial. Primeira apresentação na Cinemateca

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27/07/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: A Ficção Científica [II parte]
Starship Troopers
Soldados do Universo
de Paul Verhoeven
com Casper van Dien, Denise Richards, Neil Patrick Harris
Estados Unidos, 1997 - 130 min
legendado eletronicamente em português | M/16
Outro filme polémico de Verhoeven, que se serve da ficção científica futurista (adaptada de um romance de Robert A. Heinlein) para descrever uma sociedade altamente militarizada e, para todos os efeitos, proto-fascista. Em fundo está a guerra – “interminável” – entre a Terra e uma raça de alienígenas parecida com insetos gigantes, mas o que conta é a descrição de um mundo definido pela beligerância permanente, com elementos visuais colhidos no METROPOLIS de Lang ou nas grandes coreografias de Leni Riefenstahl para a propaganda nazi. É outro filme de Verhoeven que parece singularmente premonitório, e revisto hoje é bastante mais perturbante do que na época de estreia – afinal, ainda faltavam quatro anos para o 11 de setembro.

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