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Assunto: Programação
Data: 06/05/2024
Uma viagem pelo cinema guineense: do cinema como ‘arma’ ao cinema da diáspora
Uma viagem pelo cinema guineense: do cinema como ‘arma’ ao cinema da diáspora
Em maio, a Cinemateca volta a debruçar-se sobre o cinema feito nas antigas colónias portuguesas em África. Depois de Moçambique, em abril, as atenções estarão centradas na Guiné-Bissau, num programa que abarca seis décadas de cinema, desde o período da luta anticolonial até aos dias de hoje.

Tal como na primeira parte do Ciclo “Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado”, o tomo do meio é co-programado pela investigadora Maria do Carmo Piçarra, que no texto de apresentação do Ciclo foca o papel de Amílcar Cabral como tendo sido um dos líderes dos movimentos independentistas que melhor se apercebeu da «potencialidade do uso do cinema como 'arma' de libertação». Para Maria do Carmo Piçarra, «o uso revolucionário do filme foi fundamental tanto para contrariar a retórica lusotropicalista da ditadura portuguesa, que imputou as revoltas surgidas a 'terroristas comunistas estrangeiros', como para revelar ao mundo a luta em curso».

Ao longo das próximas semanas serão apresentados neste importante ciclo de cinema guineense alguns dos filmes iniciais desta cinematografia, feitos por estrangeiros ainda nos anos 1960 para mostrar ao mundo as lutas contra o poder colonial português, filmes de realizadores formados no Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (ICAIC), como Flora Gomes ou  Sana Na N’Hada (que comandou os destinos do Instituto Nacional de Cinema entre 1979 e 1988 e estará em Lisboa para apresentar o seu mais recente filme NOME), e filmes mais recentes, assinados por realizadores guineenses da diáspora que representam uma geração que nunca fez cinema na Guiné-Bissau ou por realizadores portugueses que aí fizeram obras relevantes centradas na história e no presente desse país.
 
No dia 18, pelas 17h30 na sala Luís de Pina, haverá uma mesa-redonda dedicada ao cinema guineense, que reunirá dois realizadores de diferentes gerações (Sana Na N’Hada e Falcão Nhaga) para debaterem a história desta cinematografia desde a independência até ao presente. A moderação estará a cargo de Maria do Carmo Piçarra.

O programa completo do Ciclo “Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau” pode ser consultado aqui.