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Assunto: Programação; Exibições
Data: 22/05/2014
António da Cunha Telles - retrospetiva em junho e julho
António da Cunha Telles - retrospetiva em junho e julho

Importante figura do cinema português, que marcou fortemente no início dos anos 1960 quando emergiu como produtor do Cinema Novo, quase uma década antes de se iniciar na realização, António da Cunha Telles (nascido no Funchal, em 1935) é protagonista de um prolífero percurso cujas várias vertentes, como realizador, produtor e distribuidor, marcam o panorama da cinematografia portuguesa há seis décadas. É à sua obra que a Cinemateca dedica uma retrospetiva em junho e julho, integral como realizador e extensiva nos capítulos da produção e da distribuição. Intitulada "António da Cunha Telles - Continuar a Viver", a retrospetiva tem início a 16 de junho, às 21h30, com a projeção de "O Cerco", a sua primeira longa-metragem como realizador em 1970, e vai ser acompanhada pela publicação de um catálogo.

 

Autor a esta data de seis longas-metragens, em que para além de "O Cerco", se incluem "Meus Amigos" (1974), "Continuar a Viver ou Os Índios da Meia Praia" (1976), "Vidas" (1983), "Pandora" (1993) e "Kiss Me" (2004), como realizador, António da Cunha Telles filmou retratos de geração ("O Cerco", "Meus Amigos", "Vidas"), cruzou a militância do cinema de abril com um surpreendente olhar etnográfico ("Os Índios da Meia Praia"), filmou uma ficção em que é permitida a leitura de um "autorretrato" ("Pandora") e um filme de época em que voltou ao início dos anos 60 propondo um surpreendente retrato feminino ("Kiss Me").

Associando o início da sua atividade, como produtor, ao arranque do Cinema Novo nos anos 60, com "Os Verdes Anos" de Paulo Rocha (1963), "Belarmino" de Fernando Lopes" (1964) e "Domingo à Tarde" de António de Macedo (1965), António da Cunha Telles produziu também, nesses anos, Faria de Almeida, Manuel Guimarães e Carlos Villardebó, mas também Pierre Kast ("PXO", correalizado com Jacques Doniol-Valcroze, e "Vacances Portugaises, 1963/64, este último com Clara d'Ovar) e François Truffaut ("La Peau Douce", 1964, de que foi produtor associado). Os filmes das Produções Cunha Telles vão ser mostrados em junho, neles se incluindo uma sessão de números de 1967 do jornal de atulidades "Cine Almanaque" produzido para a Ullyssea Filmes.

 

O seu relevante trabalho como distribuidor na Animatógrafo está representado na retrospetiva, em junho, com a exibição de filmes de Renoir, Malraux, Glauber Rocha, Godard, Jan Nemec, Alain Tanner e, em primeiras apresentações na Cinemateca, "Yawar Mallku / Sangue de Condor" de Jorge Sajines (1969) e "Attica" de Cinda Firestone (1972). O documentário "Chamo-me António da Cunha Telles", de Alvaro Romão, produzido por Isabel Chaves para Hora Mágica (2011), é também um filme da retrospetiva.

 

Atualizado com o programa integral da retrospetiva em junho e julho, a consultar aqui.

António da Cunha Telles - retrospetiva em junho e julho
em cima: Vacances Portugaises / Os Sorrisos do Destino (Pierre Kast, 1963 / foto de rodagem)
no topo: O Cerco (António da Cunha Telles, 1970)
foto de entrada: Kiss Me (António da Cunha Telles, 2004 / foto de rodagem)